Contra o Consenso: Inglês no Itamaraty
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dimanche, janvier 23, 2005

 

Inglês no Itamaraty

Ano passado, no show do Bad Religion em São Paulo, podia se ver uma coisa interessante. Greg Graffin, vocalista da banda, tentava, inutilmente conversar com a platéia. Dava até dó do cara. Greg falava. falava e tentava obter alguma reação da platéia. Greg desculpava-se pelo longo tempo sem visitar o Brasil, e a platéia não entendia nada. E nem tchum. Em um momento, quando se citou o nome de Bush a platéia começou a gritar "Bush, vai tomar no c*". O vocalista sugeriu, educamente que se gritasse "Bush out", em inglês, para que se pudesse gravar e mostrar para os americanos. A platéia continuou gritando em português(Não era um público simples e de classe baixa no show. A maioria tinha idade acima de vinte e cinco anos, com uma profusão muito forte de câmaras fotográficas digitais).

Um dos grandes traumas da minha vida é que sempre que eu via um texto interessante em inglês tinha que traduzí-lo se quisesse passar para alguém e comentar - diabos, nunca conhecia ninguém que soubesse o mínimo da língua.

Como bem lembrou o Tiago, o brasileiro tem um inglês péssimo. Não sei por quê tanta celeuma por causa de uma prova no Itamaraty por causa de uma língua que boa parte da classe média(eu ainda não vi a capa da dita, mas parece que a acusação da Veja sobre o fato do PT estar emburrecendo o país seria a tal prova. Eu como bom liberal acho que o único responsável pelo emburrecimento só pode ser o próprio "emburrecido", não o Estado ou um partido, mas dane-se) não consegue dominar. Nem o mínimo dela.

Mas bem, brasileiro sempre achou que dominava o espanhol, uma das línguas mais complexas de um grupo línguistico bem complexo, quando mal domina o português. Brasileiro deveria se lembrar do seu monoglotismo antes de fazer todo esse celeuma com o assunto.