Contra o Consenso: avril 2005
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samedi, avril 30, 2005

 

Robin Hood ao contrário

O Estado Brasileiro é uma espécie de Robin Hood ao contrário: ele pega dinheiro dos mais pobres, através de impostos pesados dentro dos supermercados(Olhe para a cara de quem está atrás de você na fila do caixa, mesmo no Pão de Açucar da Avenida Ibirapuera) , e dá ao mais ricos através de obras viárias caras, aposentadorias restritas ao setor público e claro, o sistema gratuito de ensino superior "público". Então, distribuição de renda deveria começar simplesmente parando esse enfoque.

Uma das falácias dos defensores da gratuidade nas universidades públicas são números mostrando que a maioria dos alunos das federais e estaduais vêm do ensino público. O que essa conta esquece é que pobre, quando entra numa pública, entra em cursos menos concorridos. São justamente esses cursos que recebem menos verba. Dentro da USP, a FFLCH, que é a Faculdade de Letras e Ciências Humanas enfrenta uma situação calabrosa, ao contrário dos cursos de Direito, Engenharia e Economia. É uma diferença brutal.

Ontem, a Folha confirmou a vocação de Robin Hood às avessas da USP: 36% dos alunos dos cursos mais disputados vinham de apenas 16 colégios. Com exceção de colégios técnicos estaduais e federais, disputados e frequentados basicamente pela classe média, além de um filantrópico, a lista englobava colégios caros como o Santa Cruz(Que fica numa das regiões mais valorizadas de um dos bairros mais caros de São Paulo, o Alto de Pinheiros). Dante Alighieri, Bandeirantes. A pesquisa sobre o perfil do calouro da USP é assustadora:

Mas é na classificação social que os indicadores dos cursos mais concorridos da USP colidem frontalmente com a realidade da população em geral. Nada menos do que 55% dos calouros desses cursos provêm da classe A, segundo o Critério Brasil, padrão usado pelo mercado publicitário para avaliar o poder de consumo da população. Na Grande São Paulo, apenas 7% dos habitantes enquadram-se nessa classe. No extremo oposto da escala social, os alunos de classes C e D, segundo o Critério Brasil, somam apenas 6% de todos os calouros dos cursos mais concorridos. Na população da Grande São Paulo, eles são 64%.
Medicina tem os calouros mais ricos: nada menos do que 68% enquadram-se na classe A. Pior: 22% são da A1, o pico culminante da pirâmide social, com renda média familiar estimada em R$ 7.793. Na população da Grande São Paulo, os membros desse extrato privilegiado são apenas 1% do total.


O que sustenta a USP é uma fatia fixa do ICMS do Estado, talvez o imposto mais inclusivo do país(Todo mundo, mesmo o mendigo da esquina, paga ao comprar qualquer coisa com nota fiscal). Eu nem acho que seja questão de cotas, mas sim de cobrar de quem pode pagar. Não faz sentido nenhum o gari de lixo do Capão Redondo pagar pelos estudos do filho do médico de Moema.

 

Serra e a greves

José Serra(Que prometia mundos e fundos, usando o mantra do "planejamento", mais usado por estudantes de administração que fazem caca na empresa do papai que por administradores de fato) tem demonstrado total falta de capacidade e vigor para lidar com as greves dos perueiros e motoristas de ônibus. Agora é a volta do sindicalista Edivaldo Santiago, aquele acusado de organizar locautes junto com empresários do setor, que fora preso pela Polícia Federal. Não só os primeiros meses tem sido marcados por uma grande quantidade de greves no sistema de transporte, como agora ele corre o risco de virar refém de sindicalistas e empresários do meio.

Agora ele deu de fazer "apelos" pros empresários e sindicalistas, o que de fato é uma demonstração de fraqueza e de que não é a prefeitura que está no comando. Apelo? Para grevista? Faça-me o favor. Grevista é para negociar, de forma relativamente dura, não para ficar fazendo apelo. Isso é coisa de administrador inepto e sem firmeza.

Será que Serra, que nunca tinha tido cargo eletivo nenhum no Executivo antes da eleição quer mostrar a importância da tal "experiência administrativa"?

 

Explicando os links do lado

Algum anônimo - ou alguém com preguiça de preencher o cadastro do Blogger- pergunta sobre o link pro Janer Cristaldo. Eu respondo que discordo de muitas posições do cara - como na questão da imigração, embora ache que de fato ele tenha uma erudição e uma cultura muito forte, além de escrever bem. Certas posições suas são meia estranhas - chamar tanto Einstein quanto Freud e Marx num mesmo texto de enganações lembra panfletos anti-judaicos na internet-, mas ele acerta em outras. É só filtrar as informações que se pega coisa útil. Definitivamente está muito acima dos seus parceiros do Midia sem Máscara.

Há na seção de links alguns sites comunistas, outros de extrema direita. Mas como estava escrito num aviso que acabei retirando, são sites para quem sabe filtrar informações e não é conduzido por tudo que lê.

 

Por quê a esquerda brasileira gosta tanto do Pró-Álcool?

Uma dúvida que me aflige é a extrema paixão com que a esquerda nacional lida com o Pró-Álcool. A maioria acha que o programa é a salvação mundial para a questão do petróleo, outros ficam ardidos quando se fala mal do programa. A Carta Capital já fez vários artigos maravilhada com uma possível volta do programa. Eu não entendo(Descontando a paixão de boa parte da nossa esquerda pelo rodoviarismo, que acho um contrasenso).

O Pró-Álcool surgiu no auge da ditadura militar, pelo governo Geisel, em 1975. Para forçar os brasileiros a utilizarem uma forma de combustível pouco eficiente(Carro à àlcool era famoso por não pegar em dias frios), o governo subsidiava pesadamente essa forma de combustível, o que basicamente significava uma forma de distribuição de renda ao contrário, dos trabalhadores para os usineiros e donos de carro. Os país assistiria a ascensão de uma casta de usineiros, que se mostraria uma das piores espécies de empresários a surgirem no país: cometiam fraudes, não pagavam empréstimos dentro do Banco do Brasil e exploravam trabalhadores. A exploração da cana de áçucar se mostraria anti-ecológica, desgastando o solo com uma monocultura e as famosas queimadas. Para piorar, alguns dos casos mais odiosos de exploração de trabalho infantil vistos no país ocorreriam nas plantações de cana.

O Pró-Álcool seria um bom exemplo do nefasto rodoviarismo que surgiria no país depois de Juscelino Kubitschek. Os militares prefeririam manter o preço do álcool artificialmente baixo ao invés de investir no transporte ferroviário de passageiros, extinguindo ramais e linhas com generosidade. Com exceção de algumas tentativas fracassadas de se estabelecer trens expressos, o foco dos investimentos no serviço militar dentro do setor ferroviário era o transporte de matéria-primas primárias, caso do corredor de exportação da FEPASA e da Ferrovia do Aço, muitas vezes efetuando retificações que faziam as linhas passarem longe dos centros urbanos. A eletrificação das ferrovias ocorreria num ritmo absurdamente lento. Poderia-se ter optado pelo transporte ferroviário numa época em que a energia elétrica era farta e barata. Preferiu-se o Pró-Álcool, combustível de um meio de transporte que já nessa época causava a degradação da qualidade de vida das grandes cidades, além de causar um número assustador de mortes no trânsito.

Definitivamente, não consigo entender a paixão de boa parte da esquerda nacional por uma das mais desastrosas idéias do governo militar.

 

Não é papel do Judiciário cercear a liberdade de expressão

Uma das coisas mais chocantes dos quarenta anos da Rede Globo é o fato do documentário da BBC "Beyond Citizen Kane" ter tido sua exibição proibida aqui no Brasil. O filme pode ter seus pontos fracos, mas não é um filme mentiroso em si. Após ter proibido um blog, processado uma comunidade do Orkut a Justiça decidiu prender em regime domiciliar o radialista Jorge Kajuru. Peraí. Prender alguém, mesmo em regime disciplinar, por qualquer tipo de declaração é coisa de ditadura. Não é coisa de um Estado livre e direito. É uma decisão autoritária e praticamente stalinista.

É um acinte que a Justiça concentre suas decisões em prol das grandes empresas e dos mais ricos. A produção do Gugu pode forjar uma entrevista com criminosos, com ameaças de morte à celebridades, enquanto Kajuru é preso por ter chamado uma retransmissora da Globo de oportunista e de ter agido de má-fé. Tem empresa de recolocação profissional coagindo diretamente webmasters, o que é um acinte ao Estado de direito e legal, assim como à liberdade de expressão. É uma Justiça que dificilmente consegue punir juízes, mesmo quando estes cometem crimes.

Não é papel da Justiça decidir os filmes que eu ou você vamos assistir nem de bloquear nenhuma mídia e muito menos estar à serviço dos interesses de meia dúzia. Agora, mais que nunca, é hora de se exigir a revisão do sistema legal referente à calúnia e a à difamação e implantar o Controle Externo do Judiciário. O que não se pode tolerar e esse grau de autoritarismo por parte da Justiça.

vendredi, avril 29, 2005

 

Seção de Cartas

Daniela Castilho levanta a questão de que o Estado de São Paulo teria usado bancos de imagens nas fotos da revista Gênios:

Podem ser mesmo suecas ou dinamarquesas, vai ver eles compraram foto em banco de imagens.
Típico né?

Resposta
: Eu pessoalmente duvido. Fotos de criança, com tanta mãe pimpona por aí que pagaria para o filho aparecer numa campanha assim, deve ser bastante barato, ao contrário de ilustradores.
A campanha parece se adaptar à revista, inclusive com crianças com o radinho-brinde.

Além do quê, fotografias estrangeiras similares tendem a colocar crianças negras ou asiáticas, nem que seja pelo politicamente correto. Lembra-se dos livros da Dorling Kingsley inglesa que saíram aqui?

****

Tiago Thuim, do ótimo Samba do Avião sobre o post Uma Pedra

E que tal, além de cobrar a mensalidade*, criar faculdades públicas de segunda (como existem pelo mundo afora, principalmente nos EUA)? Aí ficaria mais nítida a diferença entre a faculdade de ensino-canudo e a faculdade de debate-produção.


Pode até fazer com que os nossos community colleges sejam de graça. E a expansão é necessária; não para se equiparar a outros países em proporção de vagas públicas/particulares na universidade, mas porque tem um déficit de professores formados imenso.


*por mim, podia até ser retroativo. Eu pago. Olha que não tô exatamente com grana sobrando.

Resposta: Em São Paulo, existe a FATEC, que foi bastante sucateada recentemente, que é meio que voltada exclusivamente para formação técnica, assim como no Rio o Estado está fazendo algo semelhante na Zona oeste da capital.

Mas o problema das públicas no Brasil é que entre os cursos existem variações enormes. Acho que em algumas áreas seria necessário criar cursos de primeira, já que mesmo nas universidades mais conhecidas os cursos tendem a ser ruins. ;)

A expansão é necessária. E ela só é possível com a mensalidade. Seria legal ter universidades com pensamentos diferentes e principalmente forçar a saída do mercado de universidades vende-diploma.

Acho que a equação pública para meia duzia e universidade comercial é o pior dos mundos.

jeudi, avril 28, 2005

 

Uma pedra

Há uma gigantesca pedra obstruíndo todo o desenvolvimento do ensino superior brasileiro: a gratuidade dos cursos nas universidades públicas. Ela não permite a expansão dos cursos superiores, que atendem à uma parcela mínima da população. Não há diversidade de pensamento, uma vez que pouquissímas instituições cuidam da produção acadêmica. Os cursos particulares geralmente se tornaram instituições abertamente comerciais, sem preocupação com qualidade. Há uma indústria do vestibular, com cursos de ensino fundamental e médio que são incapazes de preparar o aluno para a vida acadêmica e profissional, somente de preparar o aluno para entrar em uma boa faculdade(Muitos alunos de faculdades de arquitetura concorridas entram nos cursos sem saber os conceitos básicos de desenho geométrico). Há muita musiquinha e pouco aprendizado nesse caso, com anos e anos de dinheiro gasto em cursos preparatórios que são inúteis depois do vestibular.

A Newstatesman, uma revista esquerdista britânica, critica a proposta de gratuidade nas universidades públicas como uma forma de se beneficiar apenas uma parcela da classe alta com impostos dos trabalhadores. De um ponto de vista socialista, a universidade gratuita só faria sentido se ela fosse , como na França, garantida a todos os cidadãos. Dentro de um ponto de vista liberal ou mesmo conservador, não vejo sentido algum.

A cobrança de mensalidades(Preço de mercado, diga-se de passagem), com bolsas de estudo para os alunos mais pobres, seria muito mais benéfica que as cotas para os negros e as classes mais baixas. Isso permitiria que as universidades públicas ampliassem as vagas. Isso forçaria as particulares a investirem em qualidade e produção acadêmica, melhorando a variedade do pensamento dentro do Brasil(O fato de nos EUA existir uma instituição chamada Mises University, em nome do ultra-liberal Ludwig Van Mises não é algo irrelevante). O dinheiro gasto com cursinhos poderia encontrar fins mais relevantes, e isso tenderia a deixar o ensino fundamental e médio menos preso e atrasado, sem tanta pressão para preparar para o vestibular.

Taí algo que precisa ser debatido, sem histeria, como já levantei várias e várias vezes, sem gritarias em torno da privatização(O metrô de São Paulo é público e cobra passagem). Do jeito que está a coisa definitivamente não funciona.

 

Proteja sua privacidade

Hoje me passaram dois links de fotos de uma festa, curiosamente de um mesmo portal de Sorocaba, interior paulista. Tirava-se sarro do jeito que a anfitriã, nos dois casos, aparecia com o mesmissimo sorriso em todas as fotos.

Nos últimos meses, assistimos à uma invasão de narcisismo dentro da internet brasileira, com pessoas exibindo fotos íntimas ou pessoais dentro da internet. Surgia um fenômeno curioso, de jovens, muitas delas menores de idade, mostrando fotos de bíquini, em fotos muitas vezes manipuladas digitalmente. Legalmente, nem sei se é legal alguém manter fotos de menores no seu computador. E sei lá como muitos pais reagiriam ao ver suas filhas em papéis como esse.

O problema é que o pessoal está se esquecendo que a internet é um espaço público e certas informações são coisa pessoal. Uma foto em mãos de algum desafeto pode ser alvo de fotomontagens nada agradáveis ou ainda das perversas clonagens, com gente facilmente passando por outra pessoa em redes de contato virtual. Isso é mais dificil de ser combatido virtualmente e judicialmente que parece(Uma vez em redes peer-to-peer, não forma de se tirar da rede uma determinada foto). Uma clonagem pode tirar seu emprego, arrasar reputações e destruir amizades ou namoros. Pode ser tanto um ex-namorado quando aquele chato xexelento que queria te namorar. Qualquer um tendo informações e fotos pessoais na mão pode fazer.

Então, por mais que se incentive, não coloque fotos suas na rede, nem dados pessoais. Peça a quem tiver fotos suas que não coloque na rede. Isso é tão privativo quanto morar numa casa de paredes invisíveis.

 

Democracia racial é isso aí

A imprensa brasileira atacou muito fortemente o jogador argentino que insultou Grafite. Claro que foi mais para vender jornal. Negro na imprensa brasileira é só a moça que serve o cafezinho nas redações.

Por exemplo, o jornal Estado de São Paulo, cujo o Jornal da Tarde, do mesmo grupo, deu uma boa cobertura ao caso, lançou uma revista infantil chamada de "Gênios", com várias fotos de crianças pela revista, pelos cartazes e pelos totens. Não vi uma criança negra nessas fotos e quase todas que aparecem são bastante brancas. Nem crianças com traços levemente indígenas, que não são raras na classe média paulistana aparecem.

Acredito que devam ser crianças suecas ou dinamarquesas. Embora, no fundo, acredito ser mais fácil uma criança negra aparecer numa campanha similar em algum país nórdico que no Brasil.

 

A RFFSA foi tarde

Este mês, o governo extinguiu por meio de uma medida provisória a antiga Rede Ferroviária Federal. Vários ferroviários se acorrentaram em protesto à medida, outros fizeram greve de fome. Tudo que posso dizer é que tanto a RFFSA quanto a FEPASA foram uma das faces mais monstruosas e nefastas do gigantismo estatal brasileiro(A RFFSA surgiu no governo Juscelino Kubitschek, que estava longe de privilegiar o transporte ferroviário). As duas estatais, que apartir da fundação da FEPASA em 1971 consolidariam um domínio da área ferroviária por parte do Estado que vinha desde 1961(Ano da estatização da última grande ferrovia ainda em mãos privadas, a Cia Paulista de Estradas de Ferro) até os anos 90 seriam donas de praticamente toda a malha ferroviária em território nacional. Em mais de vinte e cinco anos de FEPASA e cinquenta de RFFSA, o mínimo que se esperaria, que era a unificação das bitolas, não ocorreu. Muito menos a integração entre capitais. Viagens entre São Paulo e nordeste ou entre o Rio de Janeiro e o Sul exigiam troca de carros, vários transbordos e rotas longuissímas(Como passar por boa parte do oeste paulista para se chegar a Curitiba apartir da capital São Paulo). As duas estatais foram formadas apartir da união de várias ferrovias estatais, mas raramente havia integração. A centralização facilitou ainda mais a extinção de várias linhas, num governo militar em que a influência de empresários(inclusive do setor rodoviário de transportes) foram altissímas.

As retificações de linha efetuadas pelas estatais foram pouquissímas. Mesmo a manutenção e troca de material rodante era mínima.

O processo de privatização teve vários erros, como os gargalos burocráticos de uma rede que exigia muitas vezes o uso de linhas de outras redes para se chegar ao mar. A própria questão do transporte de passageiros, que geralmente exige subsídios, foi uma delas. De fato, muitas regiões de acesso mais remoto ficaram um tanto que isoladas com a supressão destes, viajar de um canto a outro ficaria bastante caro, seja pelos pedágios, seja pelos preços das passagens de ônibus. Mas a própria RFFSA e a FEPASA, com atrasos frequentes, baixa velocidade devido à não-manutenção da malha e a supressão de vários itens de conforto que levariam a este fim. Mesmo a venda de passagens era desorganizada e mal-feita. Claro, nada impediria Fernando Henrique de ter criado áreas de tráfego mútuo, ter feito uma estatal de transportes de passageiros(Que poderia auxiliar as concessionárias na reforma das linhas), entre outros fatores.

Mas, apesar do fim do tráfego de passageiros, a RFFSA não deixa saudades. As concessionárias privadas tem melhorado a velocidade das linhas e quantidade de cargas transportada. A FEPASA só deixa saudade pela incompetência grotesca da sua sucessora, a Ferroban.

mercredi, avril 27, 2005

 

O Corredor de Exportação de Geraldo Alckmin

Geraldo Alckmin tem tentado chamar a atenção para os melhorias feitas pelas concessionárias nas rodovias, já que não tem nenhuma obra importante para ser inaugurada até 2006. O problema, como eu digo, é que os moradores não são consultados se preferem que determinada rodovia seja concedida e tenha pedágios altos, ainda mais quando ela é praticamente a única via de saída de uma cidade, caso de Indaiatuba com a Santos Dumont ou de Cabreúva com a Dom Gabriel Couto.

Ele também inventou o pomposo nome de "Corredor de Exportação" para o nome da concessão conjunta da "Ayrton Senna-Carvalho Pinto(São Paulo-Taubaté), Dom Pedro I(Campinas-Jacareí) e Tamoios(São José dos Campos-Caraguatatuba). O plano é usar o pedágio dos três sistemas para pagar a duplicação de uma(A Tamoios, principal via de acesso ao litoral norte paulista). Eu tenho minhas restrições, já que ela é injusta(Muitos que pagarão pela obra dificilmente a usarão) e fora dos feriados não há a menor necessidade da obra, que além de tudo tende a incentivar que os motoristas usem outras vias que também fazem acesso ao litoral norte paulista, como a Oswaldo Cruz(Taubaté-Ubatuba) e a Mogi-Bertioga.

Para piorar, não entendo quem, fora do Cone Leste paulista, que iria utilizar a rodovia para chegar ao porto e exportar, já que o a distância da maioria das regiões industriais do Estado para o Porto de São Sebastião é bem maior que do porto de Santos(O detalhe que para se exportar o uso do frete mais barato das ferrovias se torna essencial para competir lá fora passou em altas nuvens).

Traduzindo: corredor de exportação quer dizer "Vamos aumentar os pedágios".

 

O mundo gira V

Brasília de fato é o sonho de qualquer político. No meio do nada, longe das pressões da população. Só ela para permitir que Condoleezza Rice passseie tranquilamente, alegre e feliz pelo Brasil, sem ter que aturar protesto político algum. Já pensou ela passeando por São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre?

***

Ainda não sei se Lula de fato errou ao falar que os juros não impedem o crescimento do país. Por mais que os juros no Brasil sejam uma perversão pornográfica- são altos para quem pede empréstimo, baixos para quem deixa o dinheiro na poupança- não acho que eles sejam o problema.

Há vários outros problemas que de fato bloqueiam o crescimento do país, como uma infra-estrutura ruim, uma estrutura logística equivocada(Baseada principalmente em rodovias esburacadas e com engenharia pré-anos 1940, ao invés de ferrovias e hidrovias), um sistema tributário injusto e claro, uma burocracia desumana. Nesse cenário, creio eu, os juros se tornam um fator menor.

***

Doutor Hélio, prefeito de Campinas, pode claramente se tornar uma terceira força política dentro do Estado de São Paulo, agregando tanto conservadores quanto socialistas que se opõe a Geraldo Alckmin(Que tende a ser relacionado com pedágios, um fator primordial num estado como São Paulo e a progressão continuada na educação, que desagrada ambos os lados) e ao PT. Ele tem um certo carisma, e assim como Lula sabe falar daquele jeitão simples que o povão gosta. Tem investido em obras de porte e propaganda desde do início do mandato.

Se ele pode encarar futuramente um mandato como governador, bem, vamos ver.

 

Coréia do Norte e arnas de destruição em massa

Eu não sou fã do cara, mas Nicholas Kristof acerta em cheio ao falar da Coréia do Norte. De fato, a administração Bush cometeu um dos piores erros na área de segurança e política externa ao ignorar o regime de KimIl- Song em prol de tentar, a um custo de mais de cem bilhões de dólares, ocupar um país sem tradição militar ou capacidde bélica.

A Coréia do Norte é um problema tão sério quanto um sequestro num lugar fechado com reféns. Uma ação militar pode levar a morte de vários reféns, por outro lado não é bom a longo prazo colaborar com terroristas. Se uma intervenção militar dentro da Coréia do Norte seria perigosa e extremamente cara, além de afrontar de frente a China, por outro lado, negociações tendem a surgir pouco efeito, com ajuda sendo desviada por Pyongyang, que tende a querer chantagear os americanos com demonstrações militares para obter verba. Bem, a pior coisa seria justamente ignorar. Foi o que Bush fez.

Kristof lembra bem que se os norte-coreanos tem armas nucleares, eles certamente serão obrigados à vendê-las. A maioria dos projetos de misseís de longa distância e de enriquecimento de urãnio produzidos por debaixo do pano(Caso dos misseís do Paquistão e do programa nuclear brasileiro) tiveram algum tipo de tecnologia norte-coreana envolvida. A Al-Qaeda tende a não trabalhar com não-islâmicos, mas não seria uma fantasia infundada mais algum país inimigo dos EUA tendo esse material em mãos.

Bush invadiu o Iraque sobre o pretexto das famosas armas de destruição em massa, mas ignorou o verdadeiro risco ao seu país dentro desse contexto. Pior, o envio de soldados de todas as partes do mundo ao Iraque tende a deixá-lo ainda mais vulnerável.

Alguém ainda duvida da incompentência de George Walker Bush e Donald Rumsfeld?

 

Em Campinas....

Hélio de Oliveira Santos, o Doutor Hélio foi eleito prefeito por uma coligação meio bizarra, que incluía o PDT e o PFL. Ele sempre aparecia na campanha eleitoral cercado por crianças, muitas delas negras, querendo dar um tom de preocupação social.

Bem, enquanto as críticas ao alto preço das tarifas de ônibus continuam(Há fofocas de se equiparar a passagem dos ônibus para o preço das vanss, o que faria a passagem chegar a R$ 2,20) o prefeito já iniciou a recapear várias ruas que servem bairros de classe alta e o centro da cidade, como a Moraes Salles, numa obra orçada em vinte milhões(Obra que eu acho um tanto elitista). Vamos ver como ele se sai até o final do mandato, embora não tenha gostado do que vi até agora.

 

A Carta Capital e a Brasil Ferrovias

A Carta Capital publicou uma notinha sobre a ajuda do BNDES à concessionária Brasil Ferrovias. Há um monte de equívocos dentro do texto. A notar.

A Brasil Ferrovias é fruto de um sonho megalômano do empresário Olacyr de Moraes e a ação dos magos da privatização do governo Fernando Henrique Cardoso.

Errado. A Ferronorte, que foi a participação do Olacyr de Moraes dentro da Brasil Ferrovias, era um projeto viável, sem nada de megalomania(Ao contrário da Ferrovia do Aço, da ferrovia Norte-Sul e outros projetos megalomaníacos do governo federal). Ela quebrou basicamente porque o governo do Estado de São Paulo e Governo Federal(Na época, governados respectivamente por Mário Covas e Fernando Henrique) não cumpriram a única parte que lhes devia dentro da obra, uma ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná, que ficou paralisada por mais de dois anos, com as obras da Ferronorte já tendo sido iniciadas.

Mas, concordo, o processo de privatização da FEPASA e da RFFSA de fato tiveram vários erros. No caso da FEPASA, toda a malha foi vendida para um grupo só, que englobavam companhias que haviam sido formadas basicamente competindo entre si, com duas bitolas diferentes. Também não se calculou sobre o que fazer com o material, muitas vezes de valor histórico(estações principalmente) que não seriam usados pelas concessionárias e o governo não se preocupou com o transporte de passageiros à longa distância, que até por ter rentabilidade baixa na maioria dos países é subsidiado pelo estado. Esqueceu-se também de que a FEPASA muitas vezes necessitava usar parte da malha da RFFSA para chegar a Santos, assim como o contrário, o que criou vários gargalos burocráticos. Mas não acho que as duas estatais deveriam ter sido mantidas(Aliás, poucos estudiosos do assunto concordam com isso) .

A criação de uma holding, a reunir a Novoeste, a Ferronorte e a Ferroban, foi saudada como sinais de novos tempos no setor ferroviário brasileiro, o momento em que, finalmente, o País usaria os trilhos de forma eficiente e produtiva, em prol do crescimento e da competitividade. Alguns anos depois, sobram ruínas.

A Brasil Ferrovias só foi criada em 2002, seis anos depois do início do processo de concessão da malha, entre outros motivos por causa do acesso ao Porto de Santos, que tanto a Ferronorte e a Ferroban necessitam da malha da Ferroban para isso.

Quando a Brasil Ferrovias foi criada, as três empresas que formariam o holding já tinham péssima reputação. Ferronorte era a ferrovia que havia quebrado Olacyr de Morais, Ferroban havia sido apelidada de Ferrobandida, sendo conhecida pela sua péssima administração, atrasos no pagamento de funcionários e descaso com o material rodante, assim como a Novoeste.
(A ASSEF, Associação de Engenheiros Ferroviários do Estado de São Paulo, mantém uma página só para postar notícias contra a Ferroban).

O grupo deve R$ 357 milhões ao Tesouro Nacional pela falta de pagamento das parcelas de arrendamento e concessão da Ferroban e da Novoeste. Enquanto as fundações e o BNDES entram com a grana, a única iniciativa dos sócios privados parece ser a de arrumar um jeito de se livrar do mico.

Com o aporte, os bancos JP Morgan e Bradesco, fundos de investimento dos Estados Unidos e a Constran, de Olacyr de Moraes, vão reduzir sua parcela de participação na companhia. Chega ao fim mais uma aventura do capitalismo à brasileira.

O grosso das ações da Brasil Ferrovias, mais de 80%, estava nas mãos do FUNCEF(Fundo de pensão dos funcionários da Caixa) e da PREVI(Fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil). Foram sempre os fundos que decidiam as coisas dentro da Brasil Ferrovias. A participação de outros acionistas sempre foi bastante pequena.

 

Enquanto isso, na Inglaterra

Vi agora na BBC uma matéria sobre as próximas eleições no Reino Unido. Tony Blair é acusado claramente de mentiroso pelos tories(Bem, Michael Howard parece-me sincero e direto ao proferir sua política xenofóbica de imigração) e o poodle é vaiado em público numa escola. Blair, outrora um bom orador, aparece como alguém inseguro, como Charlie Brown perto da sua garotinha ruiva.

Simplesmente lindo. O mundo deve ser recompensado após a reeleição de Bush nos EUA e John Howard na Austrália, os dois facistóides de plantão.

 

Mudança de Nome

"Una Pequena parte del mundo" é o nome do segundo álbum da banda espanhola Amaral, formada pelo simpático casal Eva Amaral e Juan Aguirre. Parecia adequado para o nome do blog, uma vez que era a banda favorita do seu autor. O problema é que eu decidi adicionar um blog ao meu site pessoal(Que é o que eu tenho tentado divulgar, inclusive em camisas), para tentar fidelizar o público e atrair visitas ao público, e acabei mandando a maioria dos meus posts mais pessoais e relacionados à música para lá. O resultado foi que o blog com nome de um disco de uma banda de rock romântico falando somente de assuntos mais pesados e sérios, com desenhinho meiguinho. Não combinava, decidi mudar.

O nome "Contra o Consenso" surgiu porque minhas posições políticas tendem a discordar do que a maioria das pessoas no Brasil pensam. Sou chamado de reacionário pela esquerda, de petista e esquerdinha pela direita. Talvez seja o fato das minhas posições misturaremm um pouco das minhas leituras da The Economist, de sites liberais como o Lew Rockwell ou o Marginal Revolution com sites mais progressistas, como a Z-Magazine e a Counterpunch. De qualquer forma, minha impressão é que há muito consenso dentro dos posicionamentos políticos do Brasil. O cara se diz de direita, xinga o Lula, reclama de impostos, de desarmamento, fala bem do Bush e xinga o Brasil. O cara se diz de esquerda, xinga o Lula também, reclama da pobreza, do imperialismo, dos ataques contra animais, xinga o Bush e reclama do Brasil. Há meio que uma mania no Brasil de todo mundo escolher posições muito cômodas, atacando sempre coisas abstratas. Fica sempre fácil falar em pedir "paz" ou ser contra o racismo, porque é preciso ser muito cretino demais para ser contra a paz abertamente ou ser a favor do racismo.

O consenso sempre faz as pessoas defenderem posições que são na verdade contra as coisas que elas dizem defender. Já vi gente defendendo Israel dizendo que os judeus seriam um povo perseguido, ao passo que reclamava do imperialismo americano(Israel recebe dez bilhões de dólares em ajuda direta dos Estados Unidos todo ano e é o principal aliado americano no mundo). Não raro vemos gente supostamente liberal defendendo o Golpe Militar de 1964, aquele dos grandes gastos militares ou ainda defendendo ardorosamente Bush, que pisa em cima de liberdades civis, mata iraquianos com a grana do contribuinte americano, além de criar e manter vários subsídios. Isso sem contar as pessoas progressistas e supostamente de esquerda defendendo uma idéia elitista e cretina como o Estado da Guanabara, que levaria muita gente pobre da Baixada e da periferia do Rio de Janeiro a terem piores acessos à vários serviços públicos. Também quero trazer fatos e coisas que vejo nas ruas ao invés de só despejar dados dos jornais.

A blogosfera brasileira tem amadurecido, com muita gente boa colocando pensamentos e idéias no ar ao invés de reflexões sobre comida e coisas afins. Quero tentar participar disso.

dimanche, avril 24, 2005

 

Populismo

Há uma idéia em certas pessoas do Rio de Janeiro de relacionar o populismo a comunidades pobres. Acho um tanto que falsa a afirmação.

Existe muito populismo entre os políticos em municípios com bom padrão de vida. O que mais o interior de São Paulo tem são cidades que parecem cartão postal, co políticos demagogos que dominam a vida política da cidade há mais de vinte anos. A região de Bragança Paulista e Atibaia é dominada politicamente pela Família Chedid há anos, com uma política bastante assistencialista. E são duas cidades muito bonitas, sem tantas favelas, com direito até a laguinho no centro da cidade, igrejinhas, são cidades maravilhosas. A maioria das cidades do interior paulista se vale a rodo de políticas assistencialistas. E são muitas vezes cidades ricas e prósperas.

Claro, o assitencialismo tende se beneficiar de populações carentes e com problemas de alfabetização, fazendo caridade com dinheiro do contribuinte. Mas ele também se alimenta da culpa de uma classe média pouca disposta a investir em caridade, deixando essa função para o Estado.

E também vale frisar que esse tipo de política não é privilégio dos Garotinho. Até que ponto César Maia não é um político populismo e demagogo, com seus factóides, obras públicas de grande porte e capaz de querer vender a idéia do Exército como solução mágica para a criminalidade?

 

Os novos feministas

O movimento feminista começou lutando por causas justas: a equiparação de ganhos entre homens e mulheres, a igualdade política entre gêneros. Logo, logo a coisa desbandaria em histeria, com as coisas mais simples ganhando a pecha de machista ao passo que coisas mais sérias como o fato de um país como EUA não ter uma mulher governadora de um estado de renome ou ainda a violência feminina e o tráfico de mulheres sendo deixadas de lado. Logo, as próprias relações de trabalho seriam prejudicadas pelo medo de acusação de assédio sexual, casos bisonhos como feministas dando relatos falsos de estupro passariam a ocorrer. Não demoraria para além delas serem criticadas por conservadores seriam violentamente criticadas por nomes mais progressistas como Camille Paglia e Norman Mailler ou mesmo por feministas mais conservadoras como a Wendy Mcelroy.

O movimento de defesa dos animais começou com uma causa justa: a defesa de espécimes ameaçadas, o que seria um inestimável patrimônio da humanidade que poderia ser perdido. Atualmente, os grandes alvos da defesa dos grupos pró-bichos são as espécies mais difundidas mundo afora: o cão, o gato e os bovinos. São espécies oriundas do continente euro-asiático e que não raro seriam acusadas de causarem desequilíbrios amhientais ao serem introduzidas em vários locais(seriam estes os animais que seriam um fator chave na extinção do Dodô nas Ilhas Maurício). São espécies que estão bem longe da extinção.

O discurso que procura equiparar animais com seres humanos é de uma estupidez gigantesca. Ações como comer a carne de outros humanos, usar seres humanos como força de tração, comprar humanos de estimação ou ainda exibir humanos num zoológico são não só moralmente como legalmente condenáveis. Atualmente, a alimentação vegetariana 100% orgânica é absurdamente cara, o que tornaria inviável a abolição do consumo de carne(Nenhum médico recomenda a abolição de carne do cardápio).

O discurso assume no geral dimensões grotescas de histeria. Costuma-se dizer que a legislação brasileira não protege os bichos. Isso num país em que a morte ou captura de quaisquer espécie silvestre é proibida(O que é uma dor de cabeça para muitos administradores, que muitas vezes são obrigados a conviver com enxames de pombos, mesmo que estes ameacem a saúde dos transeuntes ou de um patrimônio histórico) ao passo que a pena máxima para qualquer assassino é de trinta anos.

O movimento pela defesa dos animais caminha para se tornar uma caricatura de si mesmo. Não só muitas de suas políticas defendidas podem ser inócuas ou até nocivas (substituição do couro de animais por materias sintéticos tende a ser altamente poluidora, a abolição da caça pode causar super-população de certas espécies) , numa defesa fervorosa de espécimes domésticas em detrimento da luta pela preservação de ecossistemas inteiros que sustentam várias espécies de sobrevivência rara, como pode-se cada vez mais atrair atenções negativas. E claro, ser uma ameaça à liberdade individual

P.S: Vale lembrar que Brigite Bardot, a grande defensora dos bichinhos, está longe de ser um bom modelo de moral, com seu racismo e xenofobia..

samedi, avril 23, 2005

 

Caipirice

Eu fui um daqueles que xinguei o FHC quando este disse que o brasileiro era caipira, mas começo a achar que ele tinha razão. Exemplo, qualquer evento ou estabelecimento de grande que tenha algum tamanho imediatamente recebe a alcunha de "maior da América Latina", que acho o cúmulo da caipiragem. Afinal, a frase embute o pensamento que nossos colegas latino-americanos não são capazes de fazer nada grande, ao passo que nós, brasileiros, nunca conseguiríamos superar nem os europeus nem os norte-americanos.

É comum eu ouvir que a Anhanguera, a Bandeirantes ou, vejam só, a Via Lagos(!) são rodovias de primeiro mundo ou que ainda sejam uma das melhores do mundo. A Anhanguera pode ser uma via moderna para os anos 50, quando foi construída(a via tem uma quantidade bem alta de elevações e curvas, especialmente entre São Paulo e Campinas). A Via Lagos eu não pude conferir, mas pelo que eu li mal tem um canteiro dividindo as vias. E bem, eu pessoalmente duvido muito que se consiga fazer uma highway de grande porte apartir da duplicação de uma via simples antiga. Mesmo com um rio de dinheiro que Orestes Quércia gastou, a Dom Pedro é uma highway que ficaria devendo um pouco para os similares dos EUA e Alemanha. A Bandeirantes de fato é uma via relativamente moderna, apesar dos seus vinte e sete aninhos nas costas, mas ela ficaria próxima da média das autobahns alemãs, com vias na sua totalidade concretadas? Ou mesmo da média das vias duplas no Reino Unido ou na França?

Outra coisa que eu acho caipirice é a crença de que as brasileiras são as mulheres mais bonitas do mundo(O que não raro é contestado por quem viaja para o exterior). Tem sempre gente que reclama da falta de brasileiras no ranking da Maxim, da FHM e similares, mas eu nunca entendi colocar uma Aline Lemos(Quem?) na lista das mais sexies do mundo pela revista VIP e não a uruguaia Natalia Oreiro ou a argentina Yamila Diaz-Rahi.

Eu já me acostumei a ver muita favela e lugares bem tenebrosos aqui em São Paulo, então ainda não consegui levar a sério quem diz que o Estado seria de primeiro mundo se não tivesse que carregar o Brasil nas costas.

Eu também nunca entendi se é só uma hiperbóle carinhosa ou se é brincadeira quando eu leio cariocas dizendo que o Rio de Janeiro é a cidade mais bonita do mundo. Pelo que eu conheço, por mais bonito que seja o Rio, não é a cidade mais bonita nem do seu estado, quanto mais do mundo. Mas nunca compreendi se esse papo de cidade mais bonita do mundo é sério ou não.

 

Protestos e festas


Uma dúvida que eu tenho é: por quê diabos brasileiro confunde protesto com festas? Para protestar contra a violência, contra uma candidata a governadora do Rio o pessoal da Zona Sul veste-se de branco e todo mundo junto, na maior alegria vai andando pela praia. Em São Paulo não é muito diferente, todo mundo andando pelas ruas com musiquinha, com direito até a fantasia. O Fórum Social Mundial em Porto Alegre é a coisa mais meiga que eu conheço, com direito à financiamento estatal(A fama é que o pessoal vai lá mais para transar que para protestar). Isso sem contar os pentelhessímos protestos por email.

Peraí, pessoal. Protesto é para encher rua, incomodar, ter a maior quantidade de pessoas possível, todas com roupas diferentes, e claro, para correr o risco de tomar porrada da polícia. Protesto bonitinho, meiguinho não faz sentido algum. Que se faça churrasco na praia ou festinha que faz mais sentido.

***

Outro ponto é que passeata tem que ter alvo concreto. Tem que ser passeata para pedir punição de alguém, para pedir a derrubada de algum funcionário estatal de alto nível. Passeata a favor da paz ou sei lá o quê é muito simples. Quem, falando sério, é contra a paz nos dias de hoje? Agora, protestar contra alguém, ai sim exige-se coragem. Por quê não passeatas pedindo a demissão de secretários de seguranças e do alto-escalão da PM, ao invés de passeata pela "paz"?

jeudi, avril 21, 2005

 

Por quê a educação no Brasil não funciona?

Dia dezenove foi Dia do Índio. Para comemorar a data, a maioria das professoras de primeira a quarta série fez cocares ou qualquer adereço similar. São cocares que dificilmente indio algum usa, totalmente fora da realidade. Muitos desenhos mimeografados para colorir. Detalhe: os índios no geral se parecem mais com os índios americanos que com os indios brasileiros, geralmente ramando aquela clássica canoa canadense. Dificilmente se fala das cultura indígena em si, das influèncias que ela teve na cultura brasileira. Ou seha, fala-se do índio de forma genérica, sem relacionar tribos ou culturas.

Não se pergunte por quê a educação brasileira não funciona.

p.s: Dois anos atrás. bandeiras norte-americanas e iraquianas adornavam as escolas de São Paulo. Detalhe: as bandeiras do Iraque tinham estrelas de Davi, símbolo de Israel, que junto com o Irã talvez seja o pior inimigo regional do país(Jatos israelenses destruíram instalações nucleares iraquianas em Osiarak em 1981, sendo que o governo deste país justamente por isso apoiariam o Irã na Guerra Irã-Iraque).

mercredi, avril 20, 2005

 

Cão na plataforma

Hoje eu andando na linha A dos trens urbanos da CPTM eu vi um guarda com um rottweiller na plataforma da Estação Piqueri. Eis o email que enviei a CPTM sobre o fato meigo de um cão que pode tranquilamente matar uma pessoa estar numa plataforma ferroviária inclusive frequentada por crianças.


Olá

Hoje, passando pela estação Piqueri, eu levei um susto ao ver um vigia com um cão Rottweiller. Eu me pergunto: que diabos de tipo de adubo vocês tem na cabeça para colocar um sujeito com uma raça de cão que não raro MATA pessoas, inclusive sendo alvo de projetos para ser probido, numa plataforma de estação ferroviária, frequentada inclusive por crianças? Que explicação esfarrapada vocês dariam caso houvesse algum acidente? E porque diabos os usuários são obrigados a conviver com um bicho desses? Aliás, francamente, se os usuários são proibidos de levar bichos para a plataforma, isso deveria se estender aos funcionários também.

Vejam bem, muitos parques exigem que essa raça de cão tenha focinheira para entrar e muitos donos de rottweiller nem se dispõe a levar o cão para passear.

Por acaso o sr. Jurandir Fernandes toparia em trabalhar com um cão desses em seu escritório?

Por outro lado, a CPTM tem sido falha ao desempenhar sua função na segurança do usuário. Ambulantes e medicantes continuam atuando livremente nos trens - alguns chegam a discutir entre si-, pessoas continuam fumando nas plataformas, pessoas usam as vias para atravessar de uma plataforma a outra.

mardi, avril 19, 2005

 

Quem sucederá Ratzinger?

Ratzinger, Bento XVI, o novo papa eleito tem idade avançada, 78 anos. Então, como diziam os analistas, a Igreja de fato preferiu escolher um "papa de transição". A dúvida é: para aonde será essa transição? A Igreja irá preferir avançar ao conservadorismo, para manter os fiéis mais fervorosos, que por causa disso tem se convertido inclusive ao islamismo(È uma das prerrogativas comuns a cristãos que se convertem ao Islã)? Tentará aderir a uma posição mais liberal, para atrair os jovens(Duvido, mesmo por quê ela não teria muito a ganhar com isso)? Tentará ampliar seu público na América Latina e nos EUA com um papa mais voltado para a América Latina ou lutar contra a diminuição de fiéis e posições catolicas na Europa Continental?

Ratzinger é transição. Transição para aonde, afinal?

p.s : Pode-se não gostar da Igreja Católica, mas ela é soberana e responsável pelos seus atos. Se Ratzinger - um papa de transição - é novo Hitler, bem problema dela. E ela que arque com as consequências.

p.s 2: Curioso que inicialmente a imprensa anunciou o Papa como Benedito XVI, só depois alterando para Bento XVI. São Benedito é o padroeiro dos negros, São Bento da Europa.

 

Participe você também

Eu, o Rafael Galvão, o Idelber, o Marcus Pessoa e outras figurinhas da blogosfera brasileira estamos criando uma lista de blogueiros.

Para participar, clique aqui.

 

Macromedia e Adobe

Estaria a Adobe caminhando para ser a nova Microsoft? Um gigantesco monopólio odiado por todos? Afinal, a Microsoft costumava ser amada pelos nerds da computação até o Windows 95. O monopólio que a fabricante de um editor de fotos que se transformou em marca popular e no padrão para impressão juntando-se com o editor de HTML mais conhecido e o formato mais utilizado para animações e sites animados na web é algo no mínimo assustador.

Eu pessoalmente acho besteira você ficar idolatrando ou colocando sua felicidade num produto fabricado por uma empresa, já que aí você coloca uma porção muito importante na sua vida nas mãos das decisões de um grupo de executivos. Então, parte do fã-clube da Adobe, espero eu, vai se tocar da realidade. Adobe não é uma fundação de caridade - na verdade, é uma empresa, que cada vez mais tem adotado táticas agressivas de vendas. Não duvidaria dos males que esse monopolio poderia causar, ainda mais considerando os custos de se transferir de uma plataforma para outra considerando que o software em questão é caro e de díficil aprendizado.

Acredito eu que as duas empresas tenham percebido que não havia muito espaço para dotar seus softwares mais conhecidos(Photoshop, Illustrator, Flash) de novos recursos e assim fazer com que seus usuários gastassem mais dinheiro atualizando. Provavelmente irão desenvolver novas tecnologias e software para expandir o mercado, acredito eu.

 

Já em São Paulo

A ponte Attílio Fontana, conhecida como Ponte Anhanguera, está pintada de azul e amarelo, as mesmíssimas cores do partido do prefeito(Por isso que antigamente o vermelho predominava). Claro, os trens da CPTM sempre estiveram pintados de azul, mas é a primeira vez que vejo isso combinando as duas cores.

***

Aliás, Serra deve gostar do verde. Nunca vi tanto mato nas praças da Lapa quanto agora.

 

Não irei mais falar da Guanabara

Não irei mais falar do pretenso movimento guanabarista porque esse não é blog de humor. E a única coisa que a idéia se encaixa é nisso. Eu não sou jurista nem estudei a Constituição Federal, mas haveriam os riscos do dito estado ter um governador e um prefeito, o que seria aí sim uma sobreposição de poderes. Ninguém falou em como seria o transporte de pessoas entre a capital e a Baixada Fluminense, que seria interestadual, ou ainda de como ficariam a polícia, restritas a atuarem dentro de uma cidade só.

A idéia da capital como sendo um mundinho a parte afunda como um barquinho de papel. Machado de Assis escreveu as "Crõnicas Fluminenses", não as "Crônicas Cariocas", como vêm sido lembrado internet afora. Diabos, o sistema ferroviário do Estado sempre teve a cidade do Rio como centro.

Então, não falarei mais nesse movimento que busca por um plebiscito idiota que dificilmente seria aprovado, já que ao que parece a maioria dos cariocas são contra a idéia(E ainda insistem em gastar dinheiro com essa merda). Que o Arnaldo Jabor continue falando nisso, já que todo desliga o rádio quando ele começa a falar na CBN. Idem para aquela maluca que só fala de capivaras.

E fico feliz que existam vários fluminenses, do interior e da capital, que entendam de fato toda a grandeza do seu Estado. São estes que darão um rumo ao Rio.

samedi, avril 16, 2005

 

Por quê falam tanto no Kubistchek?

Numa pesquisa de anos atrás, Juscelino Kubitschek foi eleito o maior brasileiro do Século XX por uma revista semanal brasileira. Claro, era uma pesquisa absurdamente questionável(Chico Buarque a frente de Villa-Lobos na categoria música?), mas fica a minha dúvida: por quê tanta adoração pelo Juscelino? A minha impressão é de que ele era um Adhemar de Barros piorado(E olha que o lendário político paulista estava MUITO longe de ser um exemplo de qualquer coisa).

Brasília, sua principal obra, é uma monstruosidade. Uma cidade artificial cercada por favelas. Ela teve um papel no mínimo questionável de "desenvolver o centro-oeste" e é anti-democrática por excelência, já que todos os estados com mais de dez milhões de habitantes da federação ficam a mais de quinhentos, mil quilômetros da dita. A eficiência do seu processo de industrialização é questionável e em termos de infra-estrutura ele vestiu um santo(A malha rodoviária) para descobrir outro(A malha ferroviária). E nem nisso ele acertaria: o modelo rodoviário que ele escolheria, com vias de mão simples, com técnicas antigas, sem pedágios, se mostraria ruim: as estradas logo ficariam mal-conservadas e defasadas, campeãs de acidentes(Tanto a Anhanguera quanto a Via Anchieta, construídas pelo governo paulista nos anos 50 são vias relativamente modernas até para os dias de hoje, dando grande vazão de tráfego, ao contrário das vias federais do mesmo período). Isso sem contar a inflação e o endividamento público. Kubitscheck lançou o modelo obras gigantescas, déficits e dívidas violentas que seria seguido - com resultados terríveis - por grande parte dos governos federais até a gestão Fernando Collor de Mello.

Francamente, não entendo. Mesmo.

 

Rapidinhas

Bruno Rabin, David Butter, Igor Barbosa e Márcio Guilherme ratificam a boa fase da blogosfera brasileira(que tem abandonado o modelo diarinho e copy-paste bonzinho em prol de um pensamento mais argaz) com o portal(Ou conjunto de blogs, sei lá) Apostos.

* * *

A melhor coisa que a administração José Serra fez até agora foi anunciar a expansão do VLP conhecido como Fura Fila até a Cidade Tiradentes, sobrando decisões questionáveis.

Isso porque ele falou mal do dito a campanha inteira.

* * *

Liberdade econômica sem liberdades civis e individuais é ser de direita, liberdade civis e individuais sem liberdade econômica é ser de esquerda(Isso na teoria, na prática os dois lados não admitem liberdade alguma).

 

Duvida no ar...

Por quê diabos os jornais brasileiros INSISTEM em afirmar que a Argentina estaria a favor de Desábato quando as pesquisas das versões online das versões eletrônicas do Clarín e do La Nacion indicariam o contrário?

P.S: Vale notar, o argentino foi detido por injúria, não por racismo, como têm sido dito.

jeudi, avril 14, 2005

 

Hipocrisia

Maravilha. O Brasil dá um exemplo de dignidade e racismo ao prender um jogador argentino acusado de racismo, e muitos usam isso agora como pretexto para criticar o país vizinho. Claro, o racismo é algo inexistente em terras brasileiras, somos uma democracia social e racial.

Os negros e mestiços ocupam uma posição de destaque na política. Sempre vemos negros e pessoas de traços indígenas nas prefeituras, nos tribunais e no legislativo. Sempre vemos negros nos anúncios de iogurte, margarina e outros produtos. Dentro da nossa escola, os negros são muito bem tratados, recebendo a mesma atenção das professoras que as crianças negras. Casos como de uma diretora que ofendeu um professor de "macaco, urubu e aidético" em Santa Rosa do Viterbo, interior de São Paulo são coisas raras(Ele morreu de tuberculose antes de ser indenizado pelo Estado). O fato do progressista Lula ter muito menos negros em seu gabinete que o conservador George walker Bush(detalhe, os EUA tem uma proporção bem menor de negros na sua população que o Brasil) também não tem importância alguma.

Racistas, claro, são sempre os outros. O Brasil é uma democracia racial.

mercredi, avril 13, 2005

 

As cartas para 2006

Lula tem franca vantagem para a presidência. As opções dos tucanos são na melhor das hipóteses boas regionalmente, mas fracas nacionalmente. Aécio Neves nem Tasso Jereissatti ainda não mostraram que podem angariar votos fora dos seus colégios eleitorais. Geraldo Alckmin tem contra si uma antipatia tremenda, além de várias ações falhas dentro do seu governo(De pedágios a questão da FEBEM). E é paulista demais para o resto do país.

Lula, querendo ou não, fala errado, faz piada com futebol, não usa termos complicados. Isso pode irritar a classe média, mas encanta uma boa parte do povão. E por mais que tenha crescido em São Paulo, tem origem nordestina, o que conta muitos pontos considerando que o Nordeste conta muitos votos e boa parte da população de São Paulo e Rio tem a mesma origem. Não vejo muita dificuldade para Lula agora.

Em São Paulo, a questão se torna interessante. Chutando por alto, o estado tem uns quarenta milhões de habitantes. Destes, vinte estariam no interior, dez na Grande São Paulo e dez na capital. O PSDB ganhou uma parcela considerável das prefeituras no interior(Sorocaba, Jundiaí), mas o PT teve ótimos resultados na grande São Paulo(Guarulhos, segunda maior cidade do estado, Osasco, a quinta maior, Suzano, Santo André, a sexta maior) e o PSDB ganhou por pouco na capital. A questão vai depender ao meu ver dos rumos da campanha, em especial do PT. Alckmin tem ganhado muitas críticas do seu principal eleitorado, o público mais conservador, que considerou como frouxa sua atuação dentro da FEBEM. O interior tende a ser bastante conservador, e foi de lá que Mário Covas garantiu sua participação no segundo turno e consequente eleição em 1998. Por outro lado, é o lugar que está sendo mais afetado pelo aumento dos pedágios, isso sem contar a insatisfação com os rumos da economia e desemprego em muitas regiões(Vale do Ribeira, Portal do Paranapanema). Serra ganhou na capital mais pelos erros da campanha de Marta, não tem apoio expressivo e enfrenta uma alta taxa de impopularidade. E boa parte da Grande SP aprovou algumas das idéias implantadas na capital pelo PT.

Aloizio Mercadante tende a ser uma opção melhor pro PT, mais calmo, um orador mais competente, apesar de Marta, segundo alguns analistas, ter sido responsável pela vitória do PT em várias cidades da região metropolitana da capital. Já o PSDB não tem muitos nomes conhecidos para disputar e sabe-se lá se Alckmin pode transferir carisma para outro político. Judicilamente não vejo chance de Alckmin disputar as eleições mais uma vez, seria uma decisão arbitrária e claramente ilegal.

Como sempre, a decisão ficará com a campanha do PT. A mesma que cometeu erros grotescos nas duas últimas eleições para governador e prefeito na capital.

 

Mais Guanabara

Lúcia Hypolito, para variar, falando merda(Só para quem assina UOL, e não vou postar aqui o texto inteiro dessa porta): "Isso vem ao encontro de um sentimento antigo. A capital nunca soube lidar com o interior, quem lida é Niterói. É um dado da cultura do Estado, o Rio não tem essa ligação forte (com as demais cidades do Estado) como acontece com São Paulo". Pera aí. A cidade do Rio de Janeiro pode não ter relação forte como em São Paulo com o interior, mas isso não deixa de ocorrer. Boa parte do povo da Baixada e de Niterói trabalha no Rio, e diabos, todas as ferrovias e rodovias que fazem a ligação viária do Estado sempre começaram na cidade. O Sul do Estado teria mais ligação com Niterói que com o Rio? Faça-me o favor.(Mesmo porque o norte paranaense e o triângulo mineiro sempre se relacionaram mais com São Paulo que com seus estados e não faz sentido querer colocar juntar essas regiões a SP)

E ela é incansável:"Hoje, por exemplo, não se concebe uma cidade do tamanho do Rio de Janeiro, de São Paulo, não ter controle sobre a polícia" Peraí, como isso? E com relação às cidades vizinhas, que são praticamente continuação dessas cidades? E se o bandido pegar a Castelo Branco(que começa em Osasco!) a polícia não pode mais perseguir?

 

Desarmamento

Quer dizer que em outubro vou ter que sair de casa para votar ou não pelo desarmamento? Mas a gente fica livre da propaganda gratuita também? Ou vamos ligar a televisão e ficar assistindo aquelas propagandas cafoninhas, falando de "paz" e "cidadãos de bem sendo desarmados"?

(Eu acho a questão do desarmamento inócua porque a rigor não desarma bandido, incentiva a compra de armas no mercado negro, sem nenhum tipo de treinamento ou acompanhamento. E não tem tanta sentido se defender dos tipos de crime mais comuns no Brasil portando arma.)



 

Sobre a MP 232

Há um detalhe chato nessa discussão toda. Por praticamente todo o governo FHC e Lula a tabela do Imposto de Renda esteve congelada, o que implicava que gente que não deveria estar pagando o bendito está e quem o faz está pagando mais do que deveria(Não me pergunte por quê isso não foi indexado tendo o Salário Mínimo como base). Certamente foi o caso mais escandoloso de aumento da tributação num governo especialmente dedicado em criar e aumentar impostos.

Empresário no geral não tem muita dificuldade em fugir do imposto de renda da pessoa física, faz uma declaração de renda num valor qualquer e pronto(Silvio Santos não e o maior contribuinte da pessoa física, mesmo estando longe de ser o mais rico?). Então, aumentar imposto da população pode, mas dos empresários e prestadores de serviço não?


mardi, avril 12, 2005

 

Bin Laden e a Iniciativa privada

Bin Laden era uma das peças-chaves da derrota soviética no Afeganistão em 1989. Nada mais que talvez o maior e melhor exército do mundo, o Exército Vermelho, que havia marchado sobre a Alemanha Nazista.

Em 2001, o grupo de Bin Laden consegue explodir o World Trade Center e parte do Pentágono, bem no coração dos EUA, isso após ter coordenado vários ataques contra um depósito militar na Arábia Saudita em 1996, ter explodido duas embaixadas americanas na África em 1998, no Quênia e na Nigéria, além de matado 16 marinheiros do USS Cole no Iêmen em 2000. Ele teria tido participação em vários outros ataques ao redor do mundo desde de então, em Madri, Bali e Turquia. Ele é caçado por forças de elite das Forças Armadas Americanas, pela CIA, pelo MI-6. Sem sucesso algum.

Bin Laden, é um astuto líder de uma organização privada, que tem há mais de vinte anos combatido as maiores agências de segurança estatais e exércitos do planeta. Ele tem levado a melhor em todas. A Al-Qaeda é uma eficiente máquina de guerra, uma corporação do terrorismo. Suas diversas células permitem ataques coordenados pelos quatro cantos do planeta e tornam uma utopia que ela seja destruída. Por outro lado, as agências governamentais de segurança não conseguem cruzar os dados a respeito do inimigo, trabalham de forma desorganizada e nem ao menos conseguem conhecer direito quem estão enfrentando.

Bin Laden é a prova de que organização privada pode ser muito eficiente que uma agência estatal. Um organização descentralizada é infinitamente superior que uma agência estatal excessivamente centralizada como a CIA ou o FBI.

 

A solução

Poderíamos iniciar um programa de distribuição de fantasias de animais como gatos, cachorros e capivaras entre a população carente das grandes cidades brasileiras. Com um pouco de sorte eles seriam confundidos com animais de verdade, o que permitiria que em caso de chacina tanto o Estado quanto a imprensa e parte da classe média se preocupasse com isso.

A morte dos animais do zoológico de São Paulo causou comoção nacional. Duvido que se permitisse que a morte de trinta bichinhos fosse passar em branco como ocorreu com a chacina na Baixada Fluminense, com o massacre da Casa de Detenção da Benfica, com um sem número de chacinas que ocorreram na Grande São Paulo nesse tempo todo. Duvido que morte em ritmo diário de cachorros, gatos e capivaras fosse passar em branco como ocorre com um sem número de mortes que ocorrem todos os dias na periferia das grandes cidades brasileiras.

Então, transformemos nossos pobres em bichinhos. Duvido que esse brutal esporte de matar e caçar o povo moreno e miserável das periferias das grandes cidades fosse aceito pela sociedade.

 

Por quê eu sou contra o Estado da Guanabara

A rigor, eu não sei se deveria me preocupar com essa questão. Afinal, sou paulista, e este estado pode ter os seus defeitos, mas é bastante unido e integrado. Claro, há a questão de que o Rio é um parceiro comercial importante de São Paulo, o aço da CSN é importante, e rota obrigatória para quem vai em direção ao Nordeste ou ao Espiríto Santo. Dada a importância do Estado e da cidade nacionalmente, não é um aspecto desprezível.

As chances de que a brincadeira se torne realidade são nulas. Claro, ela seria desastrosa, mas só se aplicada. Seria bisonho ver bandidos fugindo da polícia pelos trens da Supervia ou ainda inevitáveis brigas por causa de serviços públicos, já que não raro muitas pessoas utilzam esses serviços perto do local aonde trabalham, não aonde moram. Na prática, sabe-se bem que políticos não gostam de investir em serviços na periferia por que isso tende a beneficiar eleitores de outras cidades, que não votam neles. Isso faria que um naco considerável da periferia do Rio e da Baixada virasse um gigantesco limbo governamental.

Mas, o mais interessante mesmo é notar a classe "intelectual" que defende a idéia. Se em São Paulo e no Sul o nacionalismo regional em detrimento do resto do país foi adotado por facções de jovens de extrema-direita, não raro de aspirações nazi-fascistas, no Rio a idéia foi encampada com paixão por uma facção dos jornais supostamente progressista e preocupada com causas sociais. São justamente os jornalistas mais alinhados com a "esquerda" que mais defendem a bobagem. Arnaldo Jabor e Cora Rónai falam como se o Rio fosse o centro do país(O que definitivamente não é), como se TODOS os problemas do Rio fossem preocupações nacionais, como se o Rio fosse "a" jóia nacional. Não pegaria bem jornalista paulista falando de São Paulo metade do que eles falam do Rio. Com razão. Esse tipo de discurso só reforça rivalidades regionais.

É interessante que uma idéia tão elitista, que busca retomar fronteiras de exatos trinta anos atrás e que prejudicaria uma parcela pobre da população, seja defendida com tanto ardor por intelectuais que gostam de posar de modernos e preocupados com causas sociais. Mostra falta de contato com a vida no mundo real, além de como é hipócrita o discurso que esse povo têm.

***

Por favor, qualquer discurso sobre os problemas do Rio que não incluam temas como urbanização de favelas, reorganização do espaço urbano, restruturação no transporte(O Rio não tem terminais de transferência de ônibus pela ultima vez que chequei), melhorias na estrutura urbana(Começando pela rodoviária), melhoria no acesso a várias regiões do interior(Angra dos Reis e Norte Fluminense) é demagogia.

samedi, avril 09, 2005

 

Mais um adendo

Os partidários do Estado da Guanabara usam um discurso que beira a imbecilidade ao dizerem que que defendem a idéia para livrar a cidade das Rosinhas e Garotinhos da vida:

Estimativas para 2003:


População do Estado do Rio de Janeiro 14.879.118
População da cidade do Rio de Janeiro 5.974.100

Considerando que Rosinha de Mattheus foi eleita no PRIMEIRO turno, isso é uma bobagem tremenda. Ninguém consegue ser eleito no primeiro turno para governador no Rio de Janeiro sem uma votação violenta na capital, cidade que concentra quase metade da população do Estado.

 

Então quer dizer que não precisamos de Estados?

O movimento RioCidadeEstado conseguiu chegar a bela conclusão que separados os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro iriam ter maior integração que atualmente, quando são uma coisa só. O FAQ do tal movimento é um primor da novilíngua.

"2) Como ficam as economias dos dois estados? E os royalties do petróleo?

O Estado do Rio vive um bom momento ao norte e ao sul, com petróleo, indústria automobilística, siderurgia, Sepetiba etc., com pólos de desenvolvimento se desdobrando em cinco ou seis cidades. Tudo isso representa arrecadação extra; portanto, o Estado do Rio não terá problemas fiscais. A Cidade-Estado entraria em novo ciclo virtuoso, baseado em revalorização patrimonial e dos serviços, pólo de eventos, centro cultural e científico, distrito financeiro, centro de pesquisas avançadas. O Rio Cidade-Estado também caminharia com suas próprias pernas."


Eles não explicam porquê diabos a tal cidade estado entraria no tal ciclo virtuoso de uma outra unidade da federação, mais do que agora, como capital do Estado. Nem porque uma cidade-estado possibilitaria que os problemas históricos da cidade fossem solucionados. Pelo que o racíocinio que eles colocam, a gente não precisaria mais de estados. Cada cidade poderia simplesmente ser um unidade política com poderes de Estado. Teríamos o Estado de Campinas, de Uberaba, de Angra dos Reis, de Espírito Santo do Turvo. Daí sim cada cidade teria autonomia. Não precisaríamos de governador, beleza.

Tudo indica, claro, que ocorreria o contrário. Certas regiões seriam relegados ao esquecimento por não fazerem parte de nem um nem de outro estado, serviços utilizados basicamente por pessoas da Baixada nca capital seriam ainda mais sucateados, a cidade do Rio ficaria na prática isolada, dependendo de uma outra unidade da federação ou do Governo Federal com relação a suas vias de acesso.

P.S: O logotipo é a cara do movimento: um bando de caipiras que ficam eufóricos ao ver uma capivara, animalzinho que todo cafundó no Brasil têm(Existem várias capivaras na Marginal Tietê e na Marginal Pinheiros em São Paulo, bem na beira de uma avenida de grande movimento. Elas estão lá, muito bem, há anos. E nunca passou pela cabeça das autoridades ambientais em tirá-las de lá).

Em termos de humor involuntário, supera até a bola de cristal(?) que ostenta o logo do Fórum da Liberdade.

vendredi, avril 08, 2005

 

Renuncie, Saulo Abreu de Castro

Caro Sr. Saulo Abreu de Castro

Sua responsabilidade como Secretário da Segurança é muito grande. Infelizmente você não se mostrado apto para a função. Você permitiu que quase todas as unidades da FEBEM, inclusive as que eram relativamente seguras, como a Raposo Tavares, entrassem em rebelião. Sua polícia, ao passo que torra fortunas do contribuinte com viaturas e policiais, muitas vezes agredindo o direito à individualidade do cidadão, é incapaz de solucionar crimes, inclusive dos prefeitos da segunda e da sexta maior cidade do Estado. Quadrilhas têm praticado arrastões em bairros centrais da capital. Casos de esquadrões da morte formado por PMs, civis mortos por policiais são comuns. O ouvidor da Polícia Militar dirigia alcoolizado, matando um empresário, omitindo socorro. Isso é vergonhoso. Há relatos de maquiagem dos indices de violência, o que é patético.

Por ao menos duas vezes, a Polícia se mostrou truculenta ao coibir manifestações, espancando estudantes na Avenida Sumaré e na Avenida Tiradentes, com uso de balas de borracha e similares. Coisa digna da ditadura militar.

Ontem uma vítima de assalto foi morta pela PM. Os paulistas além de aguentarem uma criminalidade em ascensão tem que aguentar uma polícia que muitas vezes se mostra incompentente e violenta.

Renuncie, Sr. Saulo Abreu. Pelo bem do Estado. Renuncie.

 

Qual o valor da vida humana?

Liana Friedenbach é o nome que muitos defensores de medidas duras contra criminosos(Da diminuição da maioridade penal a invasão de favelas) usam em São Paulo. No Rio, é da estudante Gabriela Maia Prado. Curiosamente, são de bairros curiosamente parecidos: Liana é de Higienopólis, Gabriela, da Tijuca, bairros tradicionais, arborizados e de pessoas de poder aquisitivo alto.

Fica a dúvida: por quê diabos se fala tanto nas duas? Anos atrás, uma moça foi morta e esquartejada num canto da Zona Norte da capital paulista. Pouco se falou disso. Hermes Tadeu, artista gráfico de Sorocaba de renome internacional foi morto em Praia Grande e foi mais assunto da mídia especializada em gibis que da grande mídia.

Assassinatos que mais deveriam mobilizar a sociedade - mortos por agentes de segurança do governo em serviço- não geram comoção semelhante. Mataram um dentista(Ou que seja, estudante de odontologia), agora isso.

Qual o valor que uma vida têm? Quanto vale uma Gabriela, uma Liana? Quanto vale uma pessoa comum?

jeudi, avril 07, 2005

 

Citação da Semana II

"Afinal de contas, olhando não só no seu mas em outros blogs de jornalistas já tive uma bela mostra de DESCASO com o massacre de 30 pessoas, seres humanos que valem muito mais que aquela capivara ou mesmo esse patético movimento separatista.
Vamos aos fatos: até o presente momento, Cora Rónai reservou cerca de um terço de post para falar a respeito das 30 (e não 27 pessoas) que morreram porque aparentemente um bando de policiais (que deveriam ser agentes da Lei) acharam que era uma boa idéia brincar de tiro ao alvo com gente honesta no meio da rua por conta de seus problemas com a mudança na hierarquia do batalhão."

Francisco Aragão, no comentários do blog da Cora Ronai

 

Ônibus no Brasil

Uma das coisas mais bizarras que existem no Brasil é o sistema de transportes intermunicipal à distância. Ele, com exceção de pouquissímas linhas, se limita ao transporte via ônibus. É um sistema estranho porque não é subsidiado pelo Estado, mas também não há concorrência. Conta-se nos dedos as empresas que servem o Vale do Paraíba paulista. E o sujeito, que percebendo uma demanda devido a serviços ruins resolver abrir concorrência pode ser preso e ter seu instrumento de trabalho apreendido.

Há uma certa burocracia na brincadeira. Exige-se certidão de nascimento para se viajar com seus próprios filhos se estes tiverem menos de doze anos(Ou de autorização do Juizado de Menores em caso de outras pessoas!), apresentação de documentos, preenchimentos de fichas em viagens de longe distância.

Outra coisa interessante é o seguro facultativo. A preposição em torno dele é absurda por si só: se o sujeito paga pela passagem, creio eu, já paga pela segurança da viagem. Seguro por causa de algo que a própria empresa deveria prover. Não me parece algo muito distante de seguro contra moscas na sopa num restaurante...

O mais bizarro é que, apesar de ser facultativo, se você considerar que os riscos de acidente viajando pela Castelo Branco serem mínimos e resolver abrir mão de pagar pelo trambolho eles irão querer que você assine um papel, com nome e RG. Assinar um papel para NÂO comprar um produto é algo orwelliano.
]
(Legalmente, as empresas não poderiam nem cobrar no mesmo bilhete que a passagem o seguro. O fato de praticamente todas as empresas realizarem esta prática prova a eficiência da ANTT e de agências estaduais como a ARTESP.

P.S: A ARTESP em São Paulo estabelece que em viagens acima de 75 km você deve deixar um canhoto com nome, RG e o diabo. Em viagens estaduais chega-se a pedir RG. Eu acho isso uma violação(violenta) da privacidade do passageiro.

mercredi, avril 06, 2005

 

Citação da Semana

"Então há outras forças sociais e movimentos ideológicos que se opõem ao Marxismo estabelecendo sistemas de "segurança nacional", direcionado em controlar toda a sociedade de forma sistemática, de modo a fazer a infiltração marxista impossível. Ao enfatizar e aumentar o poder do Estado eles desejam proteger seu povo do comunismo, mas ao fazer isso eles correm o grave risco de destruir a liberdade e os valores da pessoa, os grandes motivos pelo qual se é necessário combater o comunismo."


Papa João Paulo II, Centesimus Annus #19


mardi, avril 05, 2005

 

Para ser lido com atenção

Em Defesa do Papa João Paulo II

Justin Raimondo relembra aqui como o papa foi atacado ferozmente pelos partidários da guerra(Como David Horovitz, Glenn Reynolds, Ben´O´Reillly e Ellie Wiesel) por ter sido contra a Invasão ao Iraque, por ter sido contra o muro israelense e por ter apoiado os palestinos(Tendo sido inclusive acusado de ser neo-nazista e pedófilo), que agora querem lamentar sua morte.

Eu costumo traduzir trechos de textos, mas ele está tão bem argumentado que não consegui achar trechos de maior relevância. Teria que traduzir o texto inteiro. De qualquer forma , é para ser lido com calma e atenção.

lundi, avril 04, 2005

 

Deixa eu ver se eu entendi...

O vídeo de uma nutricionista pernambucana gaguejando no ar é a coqueluche da internet brasileira atual?

Céus. E pensar que quem acessa a internet no Brasil é a nossa elite.

 

Aviso

Comentários de fundamentalistas religiosos, bushistas, olavetes e outros tipos de malucos similares serão prontamente ignorados.

dimanche, avril 03, 2005

 

Impostos e a classe média

Entre a classe média há várias ilusões. Uma delas é que são eles que sustentam o Estado brasileiro pagando impostos. Que são eles, somente eles que pagam impostos. Bobagem. Eu sempre que olho para trás na fila do super-mercado eu só vejo a clássica família de gente simples, pobre. São pessoas que irão deixar quase um terço do que compram em impostos no caixa. Receberão em troca um ensino público ruim, um sistema de transporte patético. Eles dificilmente poderão se usufruir do ensino superior "público" e se não têm carro também não poderão usufruir das obras viárias monstruosas que concentram praticamente todo o orçamento do transporte.

O Estado brasileiro é um dos melhores sistemas de concentração de rende que eu já vi, é um estado que dá pequenas esmolas aos pobres e torra fortunas em túneis nas áreas mais nobres das grandes cidades. Quem de fato sofre com o nosso sistema tributário são os mais pobres. É assustador pensar que a Via Anchieta, uma via relativamente moderna mesmo para os dias de hoje, teve sua construção iniciada em 1939, quando carro no Brasil era privilégio de poucos.

 

Desobediência Estatal

A prefeitura de Sorocaba, a uns 90 km a oeste da capital paulista, lançou uns outdoors com o seguinte texto "Quem paga pode cobrar", falando a respeito dos contribuintes que pagam o IPTU em dia. Várias prefeituras do interior de São Paulo têm lançado campanhas semelhantes, o que eu acho uma verdadeira monstruosidade.

Primeiro, não é só o IPTU que sustenta o caixa de uma prefeitura. Existem vários e vários repasses federais e estaduais, muitos deles sustentandos pelo ICMS, aquele imposto que todo paga ao receber nota fiscal. Segundo, todas as pessoas tem não só o direito como o dever de cobrar. No Brasil, dois pontos que a Constituição(A lei máxima do país) garante como direitos são porcamente ignorados. Educação significa enfiar cinquenta crianças para que sejam aturadas por profissionais porcamente mal-pagos, em escolas sem bibliotecas ou acesso à meios de pesquisa. O transporte basicamente não existe para quem não tem carro. São ônibus antigos, muitas vezes lotados, com horários ruins, sem a opção do transporte ferroviário. Ninguém pode-se dar o luxo de deixar de pagar impostos por quê o Estado deixa de cumprir dois pontos que a própria Constituição - repito, a lei máxima do país - estabelece como seu dever, mas muitos prefeitos querem condicionar às críticas ao pagamento de UM imposto, o que é absurdamente elitista e contrasensual.

vendredi, avril 01, 2005

 

Cada um estaciona com o carro que tem



Em Moema, bairro de alto padrão de São Paulo, um carro de catador de papel contrasta com os importados.

 

Notinhas

"Papa recebe a extrema-unção". Manchete do Diário de São Paulo de hoje, para quem acreditava que a imprensa brasileira tinha perdido a capacidade de fazer manchetes de impacto.

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Na última eleição José Genoíno foi acusado de ser preguiçoso por ter aprovado apenas um projeto de lei em todos seus anos de vida parlamentar pelos tucanos.

Obviamente, o Sr. Geraldo Alckmin e cia limitada acham que quanto mais leis, regulamentações e outras coisas existirem para restringir a liberdade do cidadão melhor. Talvez isso explique a brilhante estratégia de segurança do seu governo.

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O que eu não entendo é que eu sempre vejo o Geraldo Alckmin falando nos jornais das coisas que dão errado no Governo Lula. Nunca vi ele falando das coisas de errado que acontecem no seu próprio governo, como a questão da FEBEM.

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Para variar, mais um acidente dentro da área administrada pela Brasil Ferrovias. Ao meu ver ela deveria imediatamente perder a sua concessão. Aliás, ferroviários da empresa discutem a possibilidade de greve.

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Enfim, uma coisa boa do comunismo.