Contra o Consenso: Protestos e festas
Google
 

samedi, avril 23, 2005

 

Protestos e festas


Uma dúvida que eu tenho é: por quê diabos brasileiro confunde protesto com festas? Para protestar contra a violência, contra uma candidata a governadora do Rio o pessoal da Zona Sul veste-se de branco e todo mundo junto, na maior alegria vai andando pela praia. Em São Paulo não é muito diferente, todo mundo andando pelas ruas com musiquinha, com direito até a fantasia. O Fórum Social Mundial em Porto Alegre é a coisa mais meiga que eu conheço, com direito à financiamento estatal(A fama é que o pessoal vai lá mais para transar que para protestar). Isso sem contar os pentelhessímos protestos por email.

Peraí, pessoal. Protesto é para encher rua, incomodar, ter a maior quantidade de pessoas possível, todas com roupas diferentes, e claro, para correr o risco de tomar porrada da polícia. Protesto bonitinho, meiguinho não faz sentido algum. Que se faça churrasco na praia ou festinha que faz mais sentido.

***

Outro ponto é que passeata tem que ter alvo concreto. Tem que ser passeata para pedir punição de alguém, para pedir a derrubada de algum funcionário estatal de alto nível. Passeata a favor da paz ou sei lá o quê é muito simples. Quem, falando sério, é contra a paz nos dias de hoje? Agora, protestar contra alguém, ai sim exige-se coragem. Por quê não passeatas pedindo a demissão de secretários de seguranças e do alto-escalão da PM, ao invés de passeata pela "paz"?