Contra o Consenso: Ônibus no Brasil
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jeudi, avril 07, 2005

 

Ônibus no Brasil

Uma das coisas mais bizarras que existem no Brasil é o sistema de transportes intermunicipal à distância. Ele, com exceção de pouquissímas linhas, se limita ao transporte via ônibus. É um sistema estranho porque não é subsidiado pelo Estado, mas também não há concorrência. Conta-se nos dedos as empresas que servem o Vale do Paraíba paulista. E o sujeito, que percebendo uma demanda devido a serviços ruins resolver abrir concorrência pode ser preso e ter seu instrumento de trabalho apreendido.

Há uma certa burocracia na brincadeira. Exige-se certidão de nascimento para se viajar com seus próprios filhos se estes tiverem menos de doze anos(Ou de autorização do Juizado de Menores em caso de outras pessoas!), apresentação de documentos, preenchimentos de fichas em viagens de longe distância.

Outra coisa interessante é o seguro facultativo. A preposição em torno dele é absurda por si só: se o sujeito paga pela passagem, creio eu, já paga pela segurança da viagem. Seguro por causa de algo que a própria empresa deveria prover. Não me parece algo muito distante de seguro contra moscas na sopa num restaurante...

O mais bizarro é que, apesar de ser facultativo, se você considerar que os riscos de acidente viajando pela Castelo Branco serem mínimos e resolver abrir mão de pagar pelo trambolho eles irão querer que você assine um papel, com nome e RG. Assinar um papel para NÂO comprar um produto é algo orwelliano.
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(Legalmente, as empresas não poderiam nem cobrar no mesmo bilhete que a passagem o seguro. O fato de praticamente todas as empresas realizarem esta prática prova a eficiência da ANTT e de agências estaduais como a ARTESP.

P.S: A ARTESP em São Paulo estabelece que em viagens acima de 75 km você deve deixar um canhoto com nome, RG e o diabo. Em viagens estaduais chega-se a pedir RG. Eu acho isso uma violação(violenta) da privacidade do passageiro.