Contra o Consenso: Universidade "públicas"
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jeudi, janvier 13, 2005

 

Universidade "públicas"

Hélio Schwartzman está agora atacando o governo pelo programa "Universidade para Todos". O nobre empregado do Sr. Otávio Frias Filho afirma que universidade é para formar elite de pesquisadores, médicos e que nem todos podem ser formados numa universidade. Ele afirma também que é um "despropósito colocar dinheiro público novo em escolas particulares quando as universidades federais enfrentam seriíssimas dificuldades financeiras". Obviamente ele se esquece de alguns detalhes:

1-) O país de fato enfrenta um déficit violento de profissionais qualificados em muitas áreas com exigência de curso superior. Educação é o exemplo mais rasteiro por exemplo. Saúde, entre várias outras.

2-) Muitas vezes as pessoas não fazem faculdade no países mais ricos porque o próprio ensino médio e fundamental dão uma base profissional, o que de fato não ocorre aqui no Brasil, aonde sim, por mais que seja ralo, a "faculdade" é uma base muitas vezes fundamental para a formação profissional.

3-) O culpa pela proliferação de faculdades particulares de baixa qualidade com incentivos federal foi da administração anterior.

4-) O governo estadual de São Paulo não só somente tira verba das faculdades públicas, mas da própria educação de ensino fundamental ao patrocinar um programa nas escolas em que universitários de escolas particulares ganham bolsa para fazer monitoria.

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O sistema de ensino superior no Brasil é a cereja do bolo do extremamente perverso sistema de ensino brasileiro. Um sistema que enfia cinquenta jovens, muitos deles com problemas violentos numa sala. Um sistema cuja a didática central não consegue acreditar no aluno, um sistema incapaz de fazer o aluno pensar, que só se exige que se obedeça friamente os seus mestres na escola.

A universidade dita pública é de uma brutalidade horrenda. Começa no colégio, aonde o sujeito é obrigado a engolir trocentas fórmulas, trecentos conceitos, decorar musiquinha, resumos de livros, com a promessa de sucesso se passar numa USP da vida. Ao invés de se iniciar na formação profissional, o cara vira um papagaio.

A universidade, dita pública, para grande parte da população na melhor das hipóteses é hospital(Que não atende a todos). Claro, podem funcionar como parques ou bibliotecas, mas os campi universitários no geral ficam em bairros de díficil acesso para a maior parte da população.

A USP e Unicamp têm a cara de pau de promover cursos de extensão, a maioria direcionados para a classe média baixa, pagos, ao passo que qualquer tentativa de cobrança mensalidades nos cursos superiores frequentados pela classe alta é rechaçada pelos próprios reitores.

É um belo sistema de concentração de renda, um Robin Hood às avessas, já que o imposto pago por todos(inclusive os pobres) vai para uma pequena parcela da população. Um curso universitário é o valor de um carro muitas vezes. Em São Paulo, toda vez um favelado passa na supermercado deixa dez porcento do seu ICMS pago no caixa para a USP, Unicamp e Unesp. Siglas que ficarão na esmagadora maioria das vezes tão distantes para ele, que paga caro por elas...