Contra o Consenso: Liberalismo e do socialismo o quê, meu pirão vêm primeiro
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dimanche, février 20, 2005

 

Liberalismo e do socialismo o quê, meu pirão vêm primeiro

Parte considerável da esquerda brasileira gosta de citar Marx, vivem reclamando contra as injustiças sociais e a concentração de renda, criticando a classe "média" e todos os ricos. Parte considerável da direita brasileira se diz libertária/liberal, adora citar Hayek, Mises, Adam Smith, reclamam pelo Estado Mínimo.

O dito ensino superior gratuito público é um formidável mecanismo de concentração de renda. A pobre empregada quando passa pelo supermercado no Grajaú ou em Francisco Morato paga pelo ensino superior do filho do médico do Alto de Pinheiros ou de Perdizes. Mesmo assim, a não-cobrança de mensalidades é quase clichê entre essa esquerda. Poucas coisas deixam um esquerdista brasileiro tão histérico como a cobrança de mensalidades na USP. Dentro do liberalismo econômico conservador a coisa nem se comenta. Ensino superior gratuito é coisa de país de welfare state, um inchaço desnecessário do Estado.

Eu não conheço nenhum liberal-conservador que tenha doado dinheiro para alguma faculdade pública que tenha cursado. Tanto os a direita que se diz liberal como a esquerda que se diz socialista é amplamente favorável a não-cobrança de mensalidades nas universidades públicas. O que mostra claramente que antes de qualquer ideologia vêm meu privilégio, minha mamata. E claro, aqui no Brasil se prefere exigir atitudes dos outros ao invés de fazer alguma coisa por contra própria.

P.S: Colocando as continhas no papel, um aluno de ensino superior sai por uma média de sete mil reais por ano. Cada aluno formado é o custo de um carro ou de um apartamento pequeno. Em São Paulo, as três universidades estaduais recebem dez porcento do ICMS. É uma fatia fixa, por lei, que as universidades gastam do jeito que querem, do estado que mais arrecada ICMS da federação(Ironicamente aquele imposto que mais pesa no bolso dos mais pobres) . Mesmo assim essas universidades atendem uma fatia mínima dos estudantes, sem que os professores tenham um bom salário ou que haja uma boa estrutura.

Pobre na USP? Só se for para fazer cooper, ir no hospital ou ir passear.