Descobriram o grande vilão da educação brasileira. Não é a super-lotação das salas nem as políticas assistencialistas que ocupam boa parte das aulas com festinhas cafonas. São as lanhouses e cybercafés, estabelecimentos que oferecem acesso a jogos e internt por preços módicos.

Em muitas cidades se tem exigido que as lanhouses exijam autorizações dos pais de menores, em outros lugares o juizado simplesmente proíbe em qualquer situação que o menor fique além de determinado horário na loja. A obrigação dessas instituições governamentais é coibir trabalho infantil, crianças que são violentadas, não adolescentes de classe média jogando.

Isso faz com que muitas lojas tenham que oferecer promoções com troca de horas grátis por notas no boletim, como se fosse um negócio imoral ou criminoso. Lan-houses, até por serem um negócio recente são muitas vezes mal-administradas, mas são uma facilidade inegável para pessoas de toda idade, tanto para trabalhos como para pesquisas(Em muitas lojas a maior parte dos usuários já são maiores de idade). Podem ser uma forma de inclusão digital e até um refúgio para quem fica esperando os ônibus saírem da garagem de madrugada. E são sobretudo um negócio honesto.

Se a criança quiser matar aula, certamente ela irá preferir algo mais barato ou mesmo gratuito para fazer. Toda escola tem controle de faltas, a mãe corre o risco de ser chamada ao Conselho Tutelar. E esta é uma responsabilidade da família, não do Estado. Não são as lanhouses que ameaçam o sistema de ensino brasileiro.