Contra o Consenso: Os tucanos e a cultura
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dimanche, mars 06, 2005

 

Os tucanos e a cultura

José Aristodemo Pinotti, o secretário da educação da cidade de São Paulo quer que a FIESP assuma as atividades culturais dos CEUs. Estranho isso, já que os empresários entregam um naco consistente do que ganham com impostos e o projeto cultural mais abrangente da cidade, os SESCs, são mantidos pelos comerciantes da cidade.

Também nos leva a pensar sobre a política cultural dos tucanos. Fale-se mal sobre vários aspectos de Marta Suplicy, mas acho bastante válido implementar políticas culturais e esportivas na periferia da cidade. Considero o único ponto falho o ponto de se misturar educação com essas políticas, o que atrapalharia a ambos. Mas daí leva-se a pensar sobre qual a política cultural que os tucanos têm.

A primeira coisa que Cláudia Costin, secretária estadual da Cultura fez ao assumir foi fechar o MAG, o Museu de Artes Gráficas, argumentando entre outras atrocidades que não O museu não tinha interesse para o público, só para um grupo pequeno de desenhistas e não tinha estofo artístico e cultural, numa decisão que teve que ser revertida devido à pressão popular. Um tanto quanto absurdo uma secretária desse porte ter um olhar tão elitista com relação a artes tão populares quanto as artes gráficas.

Mais da metade do orçamento da secretaria estadual de Cultura são gastos com a Sala São Paulo. O horário dos concertos é restritivo para quem mora nos bairros mais distantes(Outras cidades ou interior nem se fala). O sistema de assinaturas, uma das coisas mais restritivas que eu conheço em termos culturais, restringe os concertos a uma pequena parcela da população que pode comprar ingressos em massa(Os ingressos acabam um mês antes dos concertos porque a maior parte da lotação é esgotada com os assinantes. Sendo que nem todos comparecem a todas as apresentações). Não a toa que as séries das assinaturas tem nomes de madeiras de lei, como mogno e imbuia. Pergunte aos fãs de música erudita de São Paulo se eles assistem aos concertos da sala São Paulo(Eu mesmo, setiver comparecido umas seis vezes na vida é muito).

Deixa eu ver se eu entendi: tudo bem o Estado gastar uma fortuna com media dúzia de ricaços na Sala São Paulo, mas não com pobres na periferia?

PS: A relação da prefeitura com o rodízio, que eles não sabem se aumentam a sua área de abrangência para a cidade inteira ou ainda se o diminui de forma drástica para as grandes avenidas(Que seria a medida mais idiota possível para a questão, uma vez que ruas predominantemente residenciais ficariam repletas de carros), é tão imbecil que nem merece ser comentada.