Contra o Consenso: Anotações no Papel de Pão II
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jeudi, mai 12, 2005

 

Anotações no Papel de Pão II

Não sei o que é pior: o governo gastar papel e tinta com uma cartilha de politicamente correto ou um monte cretinos gastarem saliva, tinta, papel e teclado para comentar a dita.

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O Troféu Pollyanna do mês vai para a Veja São Paulo, que acredita mesmo que a cidade de São Paulo vai ganhar 1,9 milhão de metros de áreas verdes de uma hora para outra.

(Os outros vencedores do troféu são aqueles que acreditaram na onda de democracia no Oriente Médio e em todos aqueles que acreditam que Bush é homem de valores e capaz de trazer segurança aos EUA).

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Semana passada, os americanos anunciaram a captura de um líbio que seria o número três da Al-Qaeda. Nenhum especialista em segurança ou em terrorismo conhecia o sujeito, que segundo seria comentado por um ex-associado de Bin Laden, "servia apenas o cafezinho e tirava xerox".

Mais uma mentira com jeito de dramalhão num mar de mentiras(Nunca vi um chefe de estado mentir tanto quanto Bush e Blair. Até Stálin, aquele que apagava desafetos de fotos históricas, devia ser mais sincero).

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Uma dúvida que assola o coração dos paulistanos há um bom tempo: quando que se vai tomar uma atitude com relação à super-lotação da linha vermelha do metrô? Chega o horário de pico, o usuário(Na Barra Funda, ponto inicial do sistema) precisa as vezes esperar duas, três quatro composições para poder embarcar, sempre apertadíssimo.

Para mim, é falta de mais linhas.

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Já o Rodoanel está entrando no rol das grandes obras de infra-estrutura mais conturbadas da história brasileira, junto com a Ferrovia do Aço, a Ferrovia Norte-Sul e a Transamazônica. A previsão inicial era de inauguração em 2008, até agora só há um trecho de pouco mais de 30 km de uma obra de 170 km, com a construção do trecho sul emperrada por motivos ambientais e financeiros.

Eu sempre achei a obra uma bobagem imensa, que retiraria uma fatia mínima do trânsito na capital a um custo ambiental e financeiro gigantesco. O buraco cada vez parece ser maior.

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Desnecessário comentar a decisão de José Serra de obrigar os estabelecimentos comerciais a fazerem seus descarregamentos à noite, numa forma esdrúxula de tentar diminuir os congestionamentos. A culpa do trânsito em São Paulo ser tão caótico como é não é culpa dos caminhões, mas de anos de uma política de transportes centrada no uso de carros e ônibus. Não vejo sentido que os comerciantes tenham que arcar com os custos adicionais de energia, segurança, adicionais de trabalho noturno, muito menos que os empregados tenham que trabalhar à noite ou que os moradores da cidade tenham que aturar níveis adicionais de ruído à noite. Ainda mais para reduzir em níveis mínimos os congestionamentos. Uma decisão autoritária e inútil.

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Para não dizer que tudo são pedras, a decisão da prefeitura paulistana de combater os pichadores da forma devida - como violadores da lei - é acertadíssima. Vamos ver no que vai dar.