Contra o Consenso: Que coisa, hein, Geraldo e José?
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mercredi, mai 25, 2005

 

Que coisa, hein, Geraldo e José?

A principal vitrine de Geraldo Alckmin para 2006 talvez seja a tal despoluição do Rio Tietê na capital. O governo estadual tinha colocado placas com textos como "Três anos sem enchentes no Rio Tietê", anunciava que as margens do Rio seriam transformadas num grande jardim/parque(Pelo fato deles estarem cobrindo as margens do Rio com concreto, duvido fossem conseguir plantar algo além de arbustos pequenos. Além do quê, entre duas vias de tráfego pesado, não dá para fazer parque, já que considerando o tráfego da Marginal, por mais que se limpe o Rio, ninguém iria se aventurar a passear nas margens do Rio), entre outros discursos grandiosos. A tal despoluição é coisa que se fala há mais de vinte anos. Eu me lembro bem de com uns nove ver pelas marginais um monte de dragas tirando lodo do fundo do Rio.

José Serra foi eleito com reclamando das enchentes na gestão anterior. Bem, uma semana depois do Rio Pinheiros, o grande afluente do Tietê na capital, ter aparecido com um monte de espuma, a cidade passa por uma das suas piores enchentes em um bom tempo. Tanto o Tietê quanto o Pinheiros e o Tamanduateí transbordaram(Alagando tanto as pistas expressa quanto local das marginais), o trânsito em boa parte da cidade ficou parado em boa parte da sua extensão, mais de trinta pessoas ficaram ilhadas, uma linha dos trens da CPTM estava parada de manhã. Até listas de discussão estão meio paradas, uma vez que várias empresas ficaram alagadas. Inclusive o Terminal Rodoviário do Tietê, o maior da cidade, esteve fechado até por volta do meio dia.

Que coisa, hein. Lembro-me do pessoal do PSDB atacando a gestão anterior por causa das enchentes(Agora, Serra diz que não havia o que fazer. Dã). Faz tempo que não se vê coisa tão violenta assim. Bem, já que eles reclamaram tanto, que resolvam. Eu acho que a enchente de ontem é um golpe duro para as pretensões políticas do governador, já que a Linha Amarela do Metrô, aquela a linha nova, está sendo construída num ritmo bem mais lento do que o anunciado, as duas estações na linha verde que serão inauguradas terão pouco efeito a curto prazo(Pô, isso é menos que o Quércia prometeu para linha!). Também não há grandes obras viárias para serem inauguradas(O trevo de Itu na Anhanguera, em Jundiaí, tem sido tratado com destaque), há muitas críticas dentro da segurança(Como na questão da FEBEM), educação e saúde.

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Muito tem se falado na questão da popularidade do Prefeito José Serra. O ponto é o seguinte: a população está cansada do discurso de qualquer político querer colocar a culpa no antecessor. Então, ninguém mais quer ouvir Lula, Serra ou seja lá quem for colocando a culpa em FHC, Marta ou sei lá quem.

Serra prometeu coisas que ele sabia não poder cumprir. Sabia que na situação da prefeitura uma colaboração com o Estado para a construção do metrô seria de pouco valor. Provavelmente sabia que a integração gratuita Metro-Bilhete Único era uma aberração do ponto de vista técnico, que seria uma coisa de custo proibitivo e de que a própria estrutura do metrô não suportaria tanto trânsito(Tanto ele quanto a Marta mereciam pauladas por terem prometido essa asneira). Sabia também que a saúde era uma questão bem mais complexa do que parecia ser. Sabia também que enchentes são um problema sério na capital, e muitos técnicos afirmam que em regiões como o Aricanduva a única solução para as enchentes é mudando o bairro de lugar. Sabe-se que ele tem errado em vários pontos, inclusive com a saída de dois secretários importantes, em especial no tocante às greves no transporte público e em questões na saúde.

Bem, ele que aguente. Que aprenda a não prometer o que não pode cumprir, como se "planejamento" fosse um santo remédio para tudo.