Contra o Consenso: Duplicações
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jeudi, juin 16, 2005

 

Duplicações

Os prefeitos de cidades em torno da Rodovia Fernão Dias estão discutindo a sua provável concessão à iniciativa privada pelo governo federal. Eu acho a questão meio complicada. A Fernão Dias foi mais um capítulo do desastroso plano viário dos militares. Uma via com muitas curvas, via simples, consequentemente pouca capacidade de tráfego, numa via sem pedágio(Que poderia ter sido usado para custear parte da obra). Aí, quando começaram a duplicar nos tempos de Fernando Henrique, bem, eles duplicaram, mas um ponto importante foi deixado lado: as retificações de traçado. Não acompanhei o processo para saber ao certo, mas minha impressão é que eles não retificaram nem as curvas nem as elevações. Ao menos o trecho entre São Paulo e Bragança Paulista têm uma quantidade imensa de curvas. Talvez o ideal fosse o processo semelhante ao usado nas duplicações da Dom Pedro I(Campinas-Jacareí) e da Santos Dumont(Campinas-Sorocaba), em que boa parte do trajeto foi refeito. Um ponto, o asfalto, que apresenta buracos em boa parte do trecho duplicado em São Paulo. Claro, durante todo o governo Lula, não se fez a manutenção da via. Mas em tão pouco tempo, mesmo com tráfego de caminhões, a via ficar nesse estado não é um bom sinal.(Aliás, no passado, quando viajei entre Juquiá e São Paulo o trajeto pela "semi-duplicada" Regis Bittencourt, o passeio não foi nada agradável).

Tem se falado na duplicação de várias rodovias federais importantes. Mas até que ponto o processo vale a pena sem se retificar as curvas e elevações? Eu não vejo tantas diferenças entre uma rodovia de via simples de traçado ruim e outra duplicada e de traçado ruim.

Mesmo porque, na duplicada, os motoristas terão que desembolsar pedágio. Que ao menos esse valor fosse compensado por uma boa rodovia, não uma rodovia ruim de via dupla.