Contra o Consenso: Eles que limpem as privadas
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mercredi, juin 08, 2005

 

Eles que limpem as privadas

A onda agora é falar mal de imigrante. Sim, aquelas pessoas que viajam milhares de quilômetros, fazem seus países de nascença perderem mão de obra, vão para a França ou para o Texas limpar privadas, construir prédios,lavar pratos e manter o padrão de vida obsceno dos europeus e americanos. Mesmo pagando impostos, são relegados ao papel de cidadãos de segunda classe - o muçulmano francês não pode nem decidir como veste sua filha na hora de mandá-la para a escola, como se ele não pagasse pela escola. Esse ponto é crucial: muitos falam como se os imigrantes não trabalhassem para ter direito às "regalias" por parte do Estado.

Há aqueles que reclamam da perda da "identidade cultural", da segurança e outras viadagens. Foi só matarem um cineasta quase desconhecido na Holanda para todo ficar em pânico como se houvessem turbas de árabes nas ruas ameaçando as pessoas. Grande merda: eles que fiquem com sua identidade cultural, sua pseudo-sensação de segurança e que façam o serviço sujo. Que limpem as privadas, lavem os pratos, carreguem os tijolos no lugar dos imigrantes. E claro, pelos trocados que os imigrantes receberiam. Senão, claro, as indústrias irão preferir se instalar em países do terceiro mundo. E daí que a produção agrícola não seria capaz de competir com a produção dos países latino-americanos e africanos, que contam com condições climáticas extremamente mais favoráveis. Subsídios não são uma solução a longo prazo. Ou ainda a indústria de informática americana conseguiria sobreviver sem a mão de obra estrangeira formada com o dinheiro do contribuinte de países como a Índia e o Paquistão.

Quem perde com a imigração são os países que cedem mão de obra, não quem recebe. Mesmo porque a mão de obra altamente capacidade que sai dos países pobres, como médicos e enfermeiros, faz falta para muitos países africanos.