Contra o Consenso: O estacionamento dos shoppings e os banheiros das rodoviárias
Google
 

lundi, juin 27, 2005

 

O estacionamento dos shoppings e os banheiros das rodoviárias

Uma coisa curiosa são as tentativas por parte do poder público em proibir que os shoppings cobrem pelo estacionamento. Semana passada o prefeito de São Paulo José Serra vetou um projeto nesse sentido, no inicio de abril os deputados fluminenses tentaram empurrar um projeto semelhante.

Não só é uma intromissão absurda em assuntos de mercado(Afinal, o consumidor pode muito escolher shoppings que não cobrem pelo estacionamento, como parte deles já faz) como é uma defesa estranha por parte dos deputados de uma fatia da população que está longe de ser necessitada. Outro ponto é que em muitos países, como a França, os governos tem buscado coibir, não incentivar, os estacionamentos. Justamente para desestimular o uso do carro. Curioso que os legisladores queiram incentivar estacionamentos gratuitos(E consequentemente, o uso do carro), em muitos casos, em regiões centrais de cidades com problemas de tráfego.

Também é uma mostra de como o Estado gosta de exigir coisas da iniciativa privada, mas dificilmente faz o mesmo com si próprio. Não conheço nenhum legislador, por exemplo, que queira proibir a cobrança pelo uso de banheiros em rodoviárias, aí sim, uma medida descabida, em especial considerando que o usuário já gasta um bom dinheiro com a passagem(São pouquissimos lugares dentro da iniciativa privada que fazem o mesmo com o consumidor, no caso, sem reembolso). Até mesmo porquê, diabos, quem usa rodoviária são aqueles sem dinheiro para comprar carro.

O Malex, que é um armário minúsculo para guardar a bagagem, custa quatro reais por dia. Aliás, dificilmente algum produto oferecido dentro de uma rodoviária, aonde as opções de serviço são limitadas, não custam valores bem mais altos que na rua. Desde de que concederam a administração dos terminais rodoviários da capital paulista a Socicam, ficou impossível de se alimentar dentro dos terminais. Existem praticamente uma ou duas opções de alimentação, a maioria a preços absurdos. Isso sem contar o custo do uso de banheiro, que é de um real.

Que os caros vereadores e deputados se preocupem com o estacionamento da classe média que vai, mas não com as pessoas de classes mais baixas dependentes do ônibus é um absurdo. Ainda mais numa área de responsabilidade do governo, em que o usuário não conta com outras opções legais além daquelas oferecidas por este.