Contra o Consenso: A excelência do ensino público do Estado de São Paulo
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vendredi, juillet 01, 2005

 

A excelência do ensino público do Estado de São Paulo

Terça feira, um aluno do ensino médio foi agredido na porta de uma escola estadual, em Ribeirão Preto, por colegas, após ter se recusado a dar dez reais aos seus agressores. O rapaz ficou internado até ontem, sofrendo traumatismo craniano. Em primeiro lugar, isso não é bullying nem agressão. É tentativa de furto seguido de lesão corporal grave. Isso é coisa de criminoso, bandido, para usar o vocabulário dos Afanásios da vida. Lugar de quem faz isso é na cadeia.

Um ponto assustador é o Estado querer tirar a sua parte dizendo que a vítima fora agredida fora da escola. Não vejo justificativa, ainda mais em frente do portão do estabelecimento. Se os alunos chegam a conseguir a fazer agressões e praticamente organizar uma gangue dentro da escola, é sinal de que a diretora nem coordenadores pedagógicos e muito menos professores não tem controle nenhum sobre o lugar. Ou seja, seria mais prático os pais manterem os filhos em casa(Infelizmente, essa é a realidade da maior parte da rede estadual paulista).

O ocorrido também bate forte num ponto bastante reclamado por pais e professores: faltam funcionários para manter a segurança dentro das escolas. Inspetor de alunos é coisa praticamente inexistente dentro da rede estadual(O que algumas escolas conseguem fazer é contratar funcionários por essa função através da Associação de Pais e Mestres, mantida com contribuição dos pais e professores). Caso houvesse de fato inspetores na escola, o ocorrido teria sido evitado.

Outro ponto: há a necessidade de se estabelecer punições a alunos violentos, uma vez que estes significam riscos aos outros. Para se expulsar alunos, os trâmites são bastante complexos. Os próprios pedagogos e o governo deveriam estudar soluções para se coibir esse tipo de comportamento.

São pontos que a sociedade paulista deveria estar discutindo com mais vigor, em especial por quem têm alunos na rede estadual. Isso é mais importante que qualquer coisa que esteja ocorrendo em Brasília.

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O curioso é que quando uma professora esquece um aluno atrás da porta isso gera comoção nacional. Vamos ver o que um aluno sendo espancado até o traumatismo craniano na frente de uma escola vai gerar.