Ainda não consigo entender porque as pessoas insistem em comemorar o Nove de Julho em São Paulo. Como se não bastasse o fato da maioria das grandes cidades do interior ter nomes de ruas homenageando a data, ou ainda o Obelisco, que imita aquele monumento de Washington, DC. Falam de que seria por causa desse movimento que o país teria uma Constituição, mas, diabos, seriam quase os mesmos manés que vivem falando na Revolução Constitucionalista que apoiariam o golpe de 1964, que seria desastroso para São Paulo. São os mesmos que votam no PSDB e no PFL, sendo que este último sempre defende subsídios para trazer fábricas e investimento federais de São Paulo para o Nordeste.

E ao contrário do que a classe média de ameba prega, São Paulo não é um ente à parte do resto do Brasil. Pelo contrário: não existe estado com mais pessoas vindas de fora, não existe estado tão integrado economicamente com o resto do país. Não raro, há cidades como Poços de Caldas, Guaxupé, e todo o norte do Paraná e triângulo Mineiro com mais relação com São Paulo que com seus próprios estados.

E se essas pessoas se preocupassem tanto com a memória do Estado, correriam atrás da restauração de boa parte do patrimônio histórico que apodrece por aí. Como a centenária estação ferroviária de Botucatu ou a Sorocaba, que mais parecem cortiços.