Dois juízes da Suprema Corte Americana estão se aposentado: Sandra O´Connor e William Rehnquist. Irão os republicanos, com controle nas duas casas, tentar reverter a Wade vs. Roe, a decisão da Suprema Corte que legaliza o aborto por todo os EUA, indicando juízes anti-aborto para esses cargos?

Alexandre Cockburn da Counterpunch acha que Laura Bush poderia ser a voz para que Bush escolhesse uma opção pro-choice, como Alberto Gonzales, atual Secretário de Justiça, que além de ser pró-cotas e pro-choice é hispânico. Cockburn acha que Emilio Garza, também hispânico, mas pró-vida, poderia ser uma opção nesse aspecto. Uma escolha de origem hispânica poderia ser uma boa para cortejar o voto latino, que é decisivo em estados como a Flórida, a Califórnia e o Texas.

Fica a questão também se os republicanos iriam se arriscar a perder votos com isso. Em especial nos estados da costa Oeste e da Nova Inglaterra, além de feministas e mulheres de todas as partes do país. Por outro lado, Bush pode enfrentar pressão não só dos evangélicos e católicos para reverter a decisão, mas de boa parte dos conservadores que acham que a decisão vai contra o poder de decisão dos estados. Se bem que, caso a Suprema Corte decida deixar a decisão de legalizar ou proibir o aborto aos Estados, pouca coisa muda. A pressão, não raro, praticamente terrorista dos ativistas pró-vida em cima de clínicas de aborto é tão forte que na prática ninguém consegue abortar na maioria dos Estados do Sul.