Contra o Consenso: Eu e a esquerda
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samedi, août 27, 2005

 

Eu e a esquerda

Um dos momentos em que eu perdi a fé na esquerda de vez(Não que eu tenha tido alguma fé nela) foi quando fui censurado por uma colega, professora de História, por dizer que boicotava a Coca-Cola por causa de Israel. Segundo ela, os "judeus eram um povo oprimido" e que deveríamos lutar contra o "imperialismo", não contra Israel.

Tentei explicar que Israel recebia dez bilhões de dólares por ano dos Estados Unidos e que era, bem, o principal aliado do imperialismo americano, mas não adiantou.

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Outro momento que eu vi o tamanho do buraco foi quando ouvi, num burburinho de organização de uma chapa de Diretório Acadêmico um cara dizendo que trabalhava com a criação de textos publicitários, que ganhava bem, mas que queria largar o emprego porque era um trabalho "emburrecedor".

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Psra falar a verdade, o grande momento em que acabei caminhando lentamente para uma espécie de libertarismo meio anárquico, jogando fora qualquer resquício de esperança na esquerda foi na faculdade. Todo mundo da minha classe reclamava da qualidade do curso em conversas reservadas. Eu ia lá, fazia uns abaixos-assinados. Era um sacríficio conseguir gente para assinar(Eu pensava, "Porra, é só assinar um bendito papel") e claaro, aqueles que usavam camisa do Che Guevara, adoravam o PT e idolatravam o MST eram os últimos a assinar(Também eram aqueles que ficavam namorando quando surgiam protestos do DA na Reitoria contra os aumentos de mensalidade). Eu era um dos únicos a querer fazer algum tipo de mobilização. Lembro-me de uma vez que todos aqueles que reclamavam do curso em reservado ficaram bem quietinhos quando surgiu uma reunião da classe com a coordenação do curso.

Eram basicamente pessoas que adoravam em falar em luta e mobilização contra o governo brasileiro e o americano, mas que eram incapazes de se mobilizar contra um grupo de professores de faculdade.

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E claro, teve o momento em que fui chamado de "reacionário" por dizer ser contra o Pro-álcool. Como, se alguém, além dos usineiros e dos ricos donos de automóveis, tivessem sido beneficiados por aquele desastre.

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Hoje adoro passear pelos prédios de Humanas da Unicamp e da USP só para dar risada com os cartazes falando mal do tal "mercado", exigindo bolsas(isso de quem tem o estudo custeado com quase dez porcento do ICMS do estado que mais arrecada na federação) ou alguma coisa que o valha.