dimanche, août 14, 2005
O sonho nunca existiu
Muita gente está dizendo, com relação ao PT, que o sonho acabou. Bobagem. Ao menos, desde de 1989, ele nunca existiu. Partidos, à rigor, são entidades falhas e suscetíveis à corrupção. Não se ganha uma eleição sem uso de uma campanha eleitoral violenta(O preço de um mês de outdoor num bom ponto de São Paulo ultrapassa dois mil reais). E não se financia campanha sem contribuição de empresa. Ninguém espera que uma empresa doe dinheiro para um candidato eleitoral sem esperar nada em troca. Em tese, somente um partido sem participação alguma no poder seria limpo, mas nem esses demonstram algum grau de honestidade. Vide o PRONA, que vendia vagas para o cargo de deputados, e o PC do B, cujo o envolvimento com o movimento estudantil é famoso pelo financiamento, com carteirinhas, de entidades plenamente ineficientes.
Eu, pessoalmente, nunca tive muita simpatia pelo PT "puro", repleto de soluções simplistas e falta de idéias práticas. Não acho que, num país como o Brasil, aonde o financiamento de obras de infra-estrutura depende de financiamento externo, simplesmente dar um calote na dívida externa seja um medida minimamente inteligente. Idem para a questão dos juros, que a esquerda brasileira tende de ver de forma simplista, como se baixar os juros bastasse para trazer crescimento: a economia americana está meio derrapante há anos, mesmo com juros bastante baixos. O Japão, no seu pior período econômico no pós-guerra, teve taxas de juros negativas. E ao meu ver, a esquerda brasileira precisa esquecer o seu intenso rodoviarismo, a defesa de certos setores da burocracia, de privilégios do setor público, da participação estatal em setores industriais, do corporativismo dentro das universidades públicas, entre outras coisas. E era isso que o PT "antigo" representava, ao meu ver. Claro, o PT "novo" só se destaca por causa do resto dos partidos. É um pior que o outro.
Então, para mim, tanto faz o PT como tanto fez. Mas, claro, precisamos deixar de enxergar em políticos e em partidos soluções e salvações. Então, querer achar que o PT foi sonho em algum momento da sua existência é um grande erro.
De qualquer forma, se o sonho acabou, pode-se levar também pão de queijo ou suspiros. Ou mesmo procurar em outro estabelecimento. Afinal, nenhuma padaria tem um estoque eterno de nenhum produto.
Eu, pessoalmente, nunca tive muita simpatia pelo PT "puro", repleto de soluções simplistas e falta de idéias práticas. Não acho que, num país como o Brasil, aonde o financiamento de obras de infra-estrutura depende de financiamento externo, simplesmente dar um calote na dívida externa seja um medida minimamente inteligente. Idem para a questão dos juros, que a esquerda brasileira tende de ver de forma simplista, como se baixar os juros bastasse para trazer crescimento: a economia americana está meio derrapante há anos, mesmo com juros bastante baixos. O Japão, no seu pior período econômico no pós-guerra, teve taxas de juros negativas. E ao meu ver, a esquerda brasileira precisa esquecer o seu intenso rodoviarismo, a defesa de certos setores da burocracia, de privilégios do setor público, da participação estatal em setores industriais, do corporativismo dentro das universidades públicas, entre outras coisas. E era isso que o PT "antigo" representava, ao meu ver. Claro, o PT "novo" só se destaca por causa do resto dos partidos. É um pior que o outro.
Então, para mim, tanto faz o PT como tanto fez. Mas, claro, precisamos deixar de enxergar em políticos e em partidos soluções e salvações. Então, querer achar que o PT foi sonho em algum momento da sua existência é um grande erro.
De qualquer forma, se o sonho acabou, pode-se levar também pão de queijo ou suspiros. Ou mesmo procurar em outro estabelecimento. Afinal, nenhuma padaria tem um estoque eterno de nenhum produto.
