Contra o Consenso: Ainda o Rodoanel
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mardi, septembre 13, 2005

 

Ainda o Rodoanel

O pessoal do PSDB têm vendido a idéia de que a culpa pelo atraso do Rodoanel deve-se exclusivamente ao governo Lula(Como se o trama oeste, feito durante o governo FHC, tivesse tido um ritmo de construção fabuloso). Mas, claro, a coisa é bem mais profunda.

Há um tanto de demagogia quando se fala no rodoanel. É uma obra viária, que na prática só beneficia mesmo a especulação imobiliária e os donos das transportadoras, mas que querem falar como se até os favelados fossem beneficiados(A mesma coisa que ocorreu nas outras grandes viárias da cidade). Nas cidades americanas em que esse tipo de obra foi feita, isso acelerou o processo de ocupação dos subúrbios e areas rurais.

Há outras questões dentro da questão de exportação também. Não acho que o rodoanel seja prioritário se formos pensarmos em infra-estrutura, considerando, por exemplo, a malha ferroviária que o país têm. Isso sim é importante.

O traçado do rodoanel é criticado por vários especialistas(Incluindo Luiz Célio Bottura, presidente da DERSA na gestão Montoro e um dos grandes especialistas na área). De fato, não faz nenhum sentido fazer uma rodovia de via dupla(Tres faixas cada uma) que ficaria muito próxima da Rodovia Dom Pedro II(Que está longe de estar saturada), no meio daquele espaço vazio entre Caieiras e Mairiporã(Que é exatamente o que faz o tramo norte). Ele também não considerou que as diversas regiões da cidade tem demandas bem diferentes.

Notem que o governo estadual privatizou as rodovias mais bem conservadas e rentáveis do estado, enquanto o contribuinte que irá pagar pela construção e manutenção de uma via de 170 km, repleta de túneis e pontes. Seria muito mais inteligente fazer o contrário.

Se a questão é logística de exportação, fazer uma acesso ferroviário ao Porto de São Sebastião, além de uma ligação direta entre a região de Campinas com o Vale do Paraíba(O que permitiria exportar soja sem passar por Santos). Se a questão é poluição, um sistema de trem de longa distância e obras no metrô seriam muito eficientes. Se a questão é distribuição do tráfego pela Região Metropolitana, isso poderia ser feito com obras viárias de menor porte.

E o problema não é repasse de verba. É o fato da obra ter sido má projetada. Nunca deveriam ter começado a obra sem ter definido todo o projeto e feito todo o licenciamento ambiental.