Contra o Consenso: O plebiscito
Google
 

mardi, septembre 13, 2005

 

O plebiscito

O TSE já anuncia o plebiscito do desarmamento nas rádios e na televisão. E já tomei minha decisão: se o dia estiver ensolarado, vou a uma cidadezinha qualquer(Cambui, Itu, sei lá) tirar fotos e justifico. Se o tiver estiver nublado, anulo o voto.

Não gosto da lei do desarmamento em si. Acho ela mal-feita, nem difere uma pistola de um rifle. Não acho que o Estado deva decidir que tipo de coisa você guarda na sua casa. Nem acho que isso vá funcionar. Na prática, deve somente incentivar o mercado negro de armas, sem ter muitos efeitos na questão da criminalidade. Por outro lado, votar no "não" significa votar junto com a porção mais fascista da sociedade. Aquela que defende execuções sumárias pela polícia e um poder ainda maior ao Estado no combate ao crime. Sim, votar junto com Comte Lopes, Afanásio, Jair Bolsonaro.

Aqueles que atacam o desarmamento não o fazem por considerarem que a defesa pessoal é um direito individual nem que o Estado não deva interferir na vida das pessoas, mas sim por serem absurdamente maniqueístas. Eles querem uma ação praticamente militar contra a criminalidade, e isso inclui Estado, mílicias, e o que for, são defensores ardorosos do Exército e da Polícia. Uma vitória dessa turma no plebiscito daria mais força para o aumento do efetivo da PM, sem que políticas sérias de investigação fossem implementadas. E acho perigoso fortalecer a PM do jeito que esse povo quer.

Então, não quero me alinhar com nenhum desses dois lados. E não acho que eu deva ser obrigado à votar.